LGBTFOBIA

Mortes violentas de LGBT no Brasil aumentaram 8% em 2021, diz pesquisa

Segundo o levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia, o país registrou uma morte LGBT a cada 29 horas em 2021; pesquisadores afirmam que número está subnotificado

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De acordo com levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), 300 pessoas LGBT sofreram morte violenta no Brasil em 2021, um aumento de 8% quando comparado com o relatório referente ao ano de 2020 (237 mortes LGBT).
Em 2021 foram registrados 276 homicídios (92%) e 24 suicídios. Dessa maneira, o Brasil registrou uma morte LGBT a cada 29 horas em 2021. 

 

Mortes LGBT por estado 


O Nordeste foi a região com a maior porcentagem de mortes violentas com 35% dos casos, seguida do Sudeste que registrou 33% dos casos. 

São Paulo é o estado onde ocorreu o maior número de mortes, foram 42; em seguida aparece o estado da Bahia com 32; Minas Gerais com 27 e Rio de Janeiro com 26. Acre e Tocantins notificaram apenas um assassinato e Roraima foi o único estado sem registro. 

 

As capitais mais perigosas para LGBT 

 

A capital do estado da Bahia, Salvador, registrou o maior número de mortes LGBT, foram 12; em seguida vem a capital paulista, São Paulo, com 10 ocorrências. 

Como Salvador possui uma população de aproximadamente 3 milhões e registrou duas mortes a mais que a capital paulistana, o risco, portanto, de uma LGBT baiana ser vítima de morte violenta é 3/4 superior a de uma paulistana. 

 

Perfil das vítimas 

 

Em 2021 os homens gays ocuparam o triste primeiro lugar no ranking das mortes LGBT: 153 gays (51%), em seguida aparecem as travestis e transexuais com 110 casos (51%), em seguida aparecem as lésbicas com 12 casos (4%), e bissexuais e homens trans com 4 casos (1,33%). 

De acordo com o levantamento, 28% das vítimas eram brancas, 25% pardas, 16% pretas e apenas uma indígena. 

A vítima mais jovem foi uma travesti de 14 anos, e a mais velha foi um homem gay com 76 anos. 

Porém, em sua maioria, as vítimas eram jovens: 47% das vítimas tinham entre 20 e 39 anos. 

 

Subnotificação 

 

Os organizadores destacam o fato de que os números apresentados estão subnotificados e isso por alguns motivos: descaso da polícia com os casos que envolvem mortes LGBT, cobertura ruim da imprensa e ausência de mecanismos estatais para acompanhar os casos de LGBTfobia. 

Os dados de 2021 que foram apurados pelo GGB é fruto de um trabalho coletivo e em nível nacional feito a partir da coleta de notícias veiculadas em sites, jornais, revistas, noticiários de TV, blogs e de colaboradores ao redor do Brasil. 

Por fim, o grupo salienta que as 300 mortes "são apenas a ponta do iceberg".

A íntegra do levantamento pode ser conferida aqui.