Em artigo no GGN, o jornalista Luis Nassif esmiuça o xadrez da influência do cenário internacional sobre o Brasil e afirma que "a senha está dada" para o desencadeamento de um novo golpe caso Lula (PT) seja eleito presidente em outubro próximo.
"Os atuais vitoriosos não abrirão mão passivamente dos pedaços de poder proporcionados pelo bolsonarismo", diz Nassif, após elencar os principais beneficiários do golpe contra Dilma Rousseff (PT) em 2016.
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Entre os beneficiários estaria, segundo ele "um complexo militar-miliciano debaixo do guarda-chuva do bolsonarismo" que tem atuado como lobista durante o processo de desmonte da Petrobras.
"Aventuras empresariais mostram que grupos militares já aprenderam o caminho dos negócios do Estado, inicialmente em operações menores e malcheirosas. Mas, certamente, caminham para se tornar participantes ativos de um jogo cujo maior beneficiário, até agora, é o capital financeiro".
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Para ele, esse é mais um ponto a se considerar nas eleições de 2022 e como esses grupos farão de tudo para não deixar o poder.
O jornalista, então, prevê três cenários possíveis para a situação pós-eleitoral, caso o pré-candidato petista, que lidera as pesquisas, vença.
- Em caso de vitória de Lula, por margem apertada, retornarão as denúncias sobre manipulação das urnas eleitorais.
- Paralelamente, haverá a convocação de manifestações nos principais centros do país, especialmente na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
- Se tentará reeditar o golpe de 7 de setembro. E qual será o comportamento das Forças Armadas?
Segundo ele, "o crescente prestígio dos consultores militares", juntamente com "o discurso diuturno de um anticomunismo obsoleto" nos quartéis pode definir a posição das Forças Armadas.
Nassif ainda cita o clássico "Como as democracias Morrem", livro de Steven Levitsky, para definir o conluio que levou Jair Bolsonaro (PL) e os militares ao poder.
"No já clássico “Como as democracias morrem”, os autores descrevem um dos processos mais insidiosos de destruição da democracia, o chamado “jogo duro institucional”, no qual jogam-se segundo as regras, mas levando-as aos seus limites. “Trata-se de uma forma de combate institucional cujo objetivo é derrotar permanentemente os rivais partidários – e não se preocupar em saber se o jogo democrático vai continuar”. É a descrição perfeita do arco político montado na Lava Jato, Sérgio Moro –> TRF 4 –> Felix Fischer (STJ) –> Luis Roberto Barroso/Luis Edson Fachin (STF), que já entrou para a história como o responsável maior pela desagregação democrática do país".
Leia o "xadrez" de Nassif na íntegra.