O anúncio de João Doria (PSDB) de que vai desistir da candidatura à Presidência e seguir à frente do governo de São Paulo na manhã desta quinta-feira (31) caiu como uma bomba entre os apoiadores de Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes.
O revide feio em tom de ameaça: caso Doria mantenha essa decisão, aliados de Garcia promoverão um impeachment em tempo recorde na Assembleia Legislativa paulista.
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Segundo Vera Magalhães, no jornal O Globo, "Seria uma carnificina a céu aberto no Estado que os tucanos governam desde 1995 ininterruptamente".
"Na verdade, a única seção em que o PSDB ainda é de fato um partido grande", ironiza a jornalista, ferrenha defensora do tucanato de outrora.
Decisão favorece Haddad
A decisão de Doria aprofundou a crise no PSDB paulista. Segundo informações da Folha de S. Paulo o vice-governador acusou Doria de traição.
Garcia contava com a renúncia de Doria para disputar a eleição com a cadeira de governador.
O cenário com Doria no governo e Rodrigo Garcia candidato beneficia Fernando Haddad (PT), que hoje lidera as intenções de votos para o governo de São Paulo, pois, o vice-governador não terá a estrutura do Estado e pode ser contaminado pela rejeição de João Doria, o que torna as suas chances de ir ao segundo turno ainda mais difíceis.
Apoio da Globo
No cenário nacional, Eduardo Leite, que descompatibilizou do comando do governo do Rio Grande do Sul, tem apoio da Globo para ser "terceira via" no lugar de Doria.
Testado com melhor desempenho na saída - igualando por vezes o colega paulista -, Eduardo Leite foi ganhando terreno em meio ao conluio golpista, que reúne desertores do centrão bolsonarista, mídia liberal e uma parcela do empresariado. E ganhou um apoio crucial: da Globo, da família Marinho.
A decisão da troca tucana foi discretamente antecipada em coluna de Merval Pereira na última terça-feira (29) no jornal O Globo - Leia aqui.