O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, informou que não irá à Comissão de Educação do Senado Federal para prestar esclarecimentos sobre o esquema de corrupção na pasta que comandava operado por um gabinete paralelo formado por pastores que determinava quem iria receber verbas públicas por meio de um esquema de recebimento de propina.
"Em atenção ao Ofício nº 12/2022/CE em que Vossa Excelência convida o Ministro Milton Ribeiro a comparecer à Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, para participar da Audiência Pública destinada a prestar informações sobre o aparente beneficiamento indevido na destinação de verbas públicas afetas ao Ministério da Educação, a realizar-se em 31 de março, às 9h, informo a impossibilidade de seu comparecimento", diz o ofício enviado pelo MEC ao Senado.
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A artinha para evitar que Ribeiro fosse interrogado sobre o espinhoso caso de corrupção que atingiu o coração do governo de Jair Bolsonaro foi alegar que, como a convite era para o ministro, e agora ele não está mais no cargo, logo, não existiria mais efeito para o pedido de esclarecimentos feito pelos senadores.
Parlamentares reagiram à fuga ardilosa do pastor que chefiou o MEC e cresce a pressão para que uma CPI seja instalada no Senado, com a finalidade de esmiuçar todo o mecanismo instalado pelos clérigos evangélicos que comandavam a pasta exigindo propina até em barras de ouro.
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“Hoje eu falei para a TV Senado sobre a expectativa da vinda do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, na Comissão de Educação do Senado, nesta quinta-feira. Não vamos aceitar desculpas. As denúncias são gravíssimas e merecem uma investigação aprofundada”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
“As apurações sobre esse escândalo com recursos do ministério irão continuar no Senado e reafirmo que a ausência de Milton Ribeiro amanhã, assim como a de outros convidados, para prestar esclarecimentos na comissão poderá resultar na abertura da CPI do MEC”, ameaçou o também senador Marcelo Castro (MDB-PI).
“Milton Ribeiro se nega a comparecer ao Senado para esclarecer a própria fala em relação às ordens de Bolsonaro para que privilegiasse a liberação de verbas do MEC indicadas por dois pastores. Para alguém que, até ontem, era ministro da Educação, a negativa é um péssimo exemplo”, considerou o deputado federal Bohn Gass (PT-RS).