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Após efeito reverso, Bolsonaro pede para PL retirar ação sobre censura ao Lollapalooza

A decisão do TSE de proibir manifestações contra Bolsonaro acabou provocando uma onda de revolta contra o presidente no festival

Banda Fresno exibiu "Fora Bolsonaro" no telão durante apresentação no Lollapalooza.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para o seu partido, o PL, voltar atrás na ação que moveu junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a livre manifestação de artistas durante o festival de música Lollapalooza. A censura determinada pelo ministro Raul Araújo, do TSE, no domingo (27) acabou provocando um efeito reverso, com uma onda de protestos contra o presidente durante o evento.

Segundo informações dos colunistas Lauro Jardim, de O Globo, e Mônica Bergamo, da Folha, Bolsonaro teria ficado irritado com a apresentação da ação e determinou que o partido recuasse imediatamente. Ele teria ligado para o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, para cobrar tal medida. O partido já comunicou o TSE a desistência.

A desastrosa ação fez apenas aumentar as manifestações contrárias ao mandatário no festival. O PL acionou o tribunal após a cantora Pabllo Vittar puxar um 'Fora Bolsonaro' e desfilar com uma toalha com a imagem do ex-presidente Lula (PT).

Após a censura, o domingo no Lollapalooza foi recheado de manifestações contra o presidente. O grito de 'Fora Bolsonaro' virou quase um lema dos artistas que se apresentaram no último dia do festival e foi parar até no telão no show da Fresno. Muitas manifestações em favor de Lula também aconteceram.

A decisão de Raúl Araújo produziu ainda uma contradição no discurso de Bolsonaro, que frequentemente ataca o TSE e diz que o tribunal o censura - ao coibir a disseminação de fake news. Ao utilizá-lo como instrumento de controle das manifestações no Lollapalooza, o presidente perde seu argumento a favor da "liberdade total".

O tema será levado ao plenário do TSE pelo presidente da corte, ministro Edson Fachin. Em declaração dada nesta segunda-feira, o ministro sinalizou ser contrário à medida adotada pelo colega de tribunal.