CENSURA E AUTORITARISMO

Lolla se manifesta, diz “não ser censora privada” e “garantir liberdade de expressão”

Empresa Time For Fun rechaçou decisão do TSE controlando manifestações no festival e fez dura defesa das liberdades democráticas no Brasil. “Posições políticas são livres e insuscetíveis de censura”, frisou

Telão do Lollapalooza no início da tarde deste domingo (Twitter/Reprodução).
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A empresa Time For Fun, organizadora do festival Lollapalloza no Brasil, se manifestou oficialmente por meio de um recurso sobre a decisão do ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de impor censura disfarçada de cumprimento da lei eleitoral para que os artistas e o público do evento não fizessem manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor do ex-presidente Lula, virtuais candidatos à Presidência da República na eleição de outubro desse ano.

As declarações constam no recurso impetrado no TSE pelos advogados da empresa, que alegam não ser ela “censora privada”, “controlando e proibindo conteúdos” dos artistas que vão ao festival. Sobre os episódios com críticas e apoio já realizados no Lollapalooza, os advogados alegam aos magistrados da mais alta corte eleitoral do país que representam “o exercício regular da liberdade de expressão" e que “se referem a posições políticas”, e que por conta disso “a questão deve justamente ser objeto de discussão pública, livre e insuscetível de censura”.

Em relação ao propósito do evento musical, um dos maiores do mundo, os advogados da Time For Fun argumentaram no recurso que a organizadora não o realiza com intenção de apoiar ou criticar qualquer candidato a cargo político.

"Nem a T4F nem seus representantes dirigiram, de qualquer forma, o conteúdo do show, que não foi contratado com a intenção de promover qualquer candidato ou influenciar na campanha eleitoral", disseram.

Por fim, o documento alega ainda que qualquer cidadão que se lance a cargos públicos deve estar ciente que de que será alvo de críticas e que fazê-las é um direito garantido em democracias.

"O fato é que os políticos que hoje se apresentam como pretensos candidatos à Presidência, inclusive o presidente Jair Bolsonaro, virtual candidato a reeleição, são constantemente objeto de análises, positivas e negativas, críticas e questionamentos, o que é natural em uma democracia", concluíram.