"Super" ministro da Economia, Paulo Guedes cometeu nova gafe nesta sexta-feira (18) ao bajular Jair Bolsonaro (PL), repetindo o discurso de os indígenas têm o direito de explorar as jazidas de potássio que estão em terras demarcadas.
"Eles têm direito de explorar o potássio, a terra é deles. Nós demos 14% do território nacional para menos de 0,5% da população, agora deixa eles decidirem. Não pode proibir. Ele está sentado em cima de uma riqueza enorme e você vai proibir ele de explorar aquela riqueza?", disse Guedes.
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No entanto, as jazidas de potássio estão fora das terras indígenas, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil - CPRM e da ANM (Agência Nacional de Mineração). Há cerca de 11% das jazidas na Amazônia Legal que estão em territórios em processo de demarcação - ou seja, que ainda não foram reconhecidos como terras indígenas.
A maior jazida de potássio da região Norte já foi privatizada e é explorada pela gigante canadense Forbes & Manhattan, que firmou um acordo com a construtora chinesa CITIC para erguer um complexo de exploração de potássio em Autazes, a 110 km de Manaus (AM), na Amazônia brasileira.
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O mega empreendimento inclui uma mina de quase mil metros de profundidade, uma usina para a produção do insumo agrícola e a infraestrutura do entorno ao custo total de US$ 2,3 bilhões, segundo o site InfoAmazonia.
O discurso de Bolsonaro de usar a guerra na Ucrânia para aumentar a exploração de potássio - usado na fabricação de agrotóxicos - em "terras indígenas" é pretexto para que o governo aumente a exploração mineral na região da Floresta Amazônica, concedendo licenças para grandes transnacionais da mineração.