Após o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, dizer que Jair Bolsonaro (PL) só atrapalhou o partido, o líder da sigla na Câmara, Vinícius Carvalho (Republicanos-SP), implodiu o centrão acusando o presidente de deslealdade em entrevista a Iander Porcella, no Estadão desta terça-feira (1º).
Acusando o presidente de falta de "reciprocidade da relação de lealdade", Carvalho fala que o acerto para levar o centrão aos braços do governo foi feito entre PP, PL e Republicanos, mas que atualmente há uma disputa entre os partidos para filiar políticos, que estariam seguindo rumo à sigla de Valdemar da Costa Neto, a qual Bolsonaro se filiou.
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"Está faltando a lealdade no cumprimento de uma relação de governabilidade. Os três partidos fazem parte da base de sustentação do governo. Então, tem que ter, por parte dos deputados que acompanham o governo, uma liberdade para escolher com qual partido ele se identifica, não serem orientados para fazer o que eles não querem. Quem está orientando eu não sei dizer se é o presidente da República ou se não é", disse o deputado.
Assim como Marcos Pereira, Carvalho é bispo afastado da Igreja Universal do Reino de Deus. Indagado se as críticas do Republicanos são "compartilhadas pelo bispo Edir Macedo", o parlamentar saiu pela tangente.
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"O presidente Marcos Pereira, embora sendo bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, assim como eu também sou pastor licenciado, trata da questão como sendo política, dentro de uma visão política que é discutida na bancada do Republicanos. Isso é o que posso afirmar. Se teve ou não essa ação dele com a liderança eclesiástica da Igreja eu não tenho como dizer", afirmou.
O líder do Republicanos ainda rechaçou a proposta do deputado Capitão Augusto, vice-presidente do PL, que ofereceu ministérios aos aliados em um eventual segundo mandato de Bolsonaro.
"Só que nós não vivemos no tempo do futuro. Nós vivemos no hoje. Então, a promessa de que, após eleição e a reeleição do presidente, vai ter espaço para ministério não condiz com a prática de quem durante quatro anos trabalhou com lealdade a base de sustentação do governo".
Segundo Carvalho, a decisão sobre apoio ou não a Bolsonaro nas eleições será conhecida apenas em abril, durante a Executiva Nacional com os presidentes estaduais do partido.