Desesperado com o péssimo resultado nas pesquisas de intenção de voto, Sergio Moro (Podemos) tenta se aproximar dos evangélicos para conquistar uma fatia expressiva, que já corresponde a 31% da população, conforme pesquisa do Instituto DataFolha.
Depois de publicar uma carta aos evangélicos, onde anunciou que tratará da “erotização das crianças” com os setores fundamentalistas, o próximo passo do ex-juiz suspeito é avançar sobre outras frentes do segmento alinhadas a Jair Bolsonaro (PL), como as igrejas neopentecostais, que tem a Universal do Reino de Deus como precursora.
Segundo a coluna de Bela Megale, na "Folha de S. Paulo", o coordenador da campanha de Moro junto aos evangélicos, Uziel Santana, relatou à coluna que seu planejamento inclui uma reunião entre Moro e o bispo Edir Macedo.
Ex-aliada de Bolsonaro, a Igreja Universal vem fazendo críticas ao presidente. Em entrevista ao Jornal da Record em maio de 2021, o bispo Renato Cardoso, genro de Edir Macedo, sinalizou rompimento com Bolsonaro após o governo não interceder à ordem de deportação de 34 pastores brasileiros da Angola.
Investimento em outras igrejas evangélicas
De acordo com a coluna, outra frente de investimento do candidato do Podemos será a Assembleia de Deus. Uziel está em tratativas com lideranças da instituição e afirmou que Moro iniciará em breve uma agenda de visitas a templos da Assembleia de Deus na região Norte ligadas ao pastor Jonatas Câmara.
Jonatas é irmão do pastor evangélico e deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM), membro da frente evangélica da Casa e da base do governo Bolsonaro. Além disso, Uziel Santana tem procurado influenciadores digitais ligados à Assembleia para fazerem lives com o ex-juiz na busca pelo público jovem.
Na agenda de Moro já estão marcadas reuniões com lideranças da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecida como Igreja Mórmon, e com o reverendo Roberto Brasileiro Silva, da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Lula dispara e já empata com Bolsonaro entre evangélicos
A última pesquisa DataFolha mostra que o ex-presidente Lula (PT) vem conquistando boa parcela do eleitorado evangélico, que foi uma das principais bases para a eleição de Jair Bolsonaro (PL). O petista já empata em intenções de voto entre este público com o atual presidente.
Segundo o levantamento, Lula disparou 10 pontos entre os fiéis da igreja evangélica com relação à pesquisa de dezembro e, agora, aparece com 36%. Já Bolsonaro caiu 3 pontos e soma 40% de intenções de voto entre este público. Como a margem de erro do estudo é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, ambos estão tecnicamente empatados.