Em entrevista a Emir Olivares e Arturo Cano no jornal Mexicano La Jornada no mesmo dia em que iniciou sua visita ao país, Lula (PT) falou da necessidade de a América Latina se unir em torno de um projeto de mundo pacífico, em crítica à guerra promovida pela Rússia - e incitada pelos EUA - na Ucrânia.
"Precisamos trabalhar em um mundo de cooperação, equilíbrio e paz, com instituições internacionais representativas e eficazes. Os problemas ambientais, especialmente o aquecimento global, a pandemia e as desigualdades brutais dentro e entre países, exigem uma profunda reforma da governança global. A América Latina deve estar unida neste esforço por um mundo que quer a paz e não pode mais suportar a guerra", disse Lula, que se encontra nesta terça-feira (1º) com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.
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Ao diário mexicano, o ex-presidente brasileiro, que lidera as pesquisas de intenção de votos, ainda falou com tristeza sobre o cenário de destruição no Brasil promovido por Jair Bolsonaro (PL).
"O Brasil está sendo destruído. As pessoas estão empobrecidas... Temos 116 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar, o Brasil voltou ao mapa da fome. Temos um governo que não governa de verdade, que foca na mentira e não respeita absolutamente nada. Não respeita indígenas, negros, mulheres... e trata governadores e prefeitos como inimigos. Esse governo desastroso, que é resultado direto do sentimento antipolítico de que as elites, com a ajuda dos setores da mídia, plantadas no Brasil, serão derrotadas este ano nas urnas", disse.
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Indagado se já se vê como presidente, Lula disse que tomará a decisão oficial sobre a candidatura ao voltar do México e elogiou o governo de AMLO, como é conhecido o mandatário mexicano.
"Tenho muitos amigos no México, que vive um momento importante com o governo progressista de Andrés Manuel López Obrador, o popular AMLO. A relação entre Brasil e México é importante por vários motivos, a começar pelo fato de serem os dois maiores países da América Latina", disse ressaltando que Obrador conseguiu afirmar a autonomia do México sem criar antagonismos, contribuindo para uma relação mais equilibrada em nosso continente, essencial para o desenvolvimento latino-americano.