O vice-procurador-geral da República, Humberto Jaques, pediu para arquivar, em manifestação enviada neste sábado (26) ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação contra Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência, com desvio de finalidade, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em favor das Lojas Havan, de seu aliado Luciano Hang.
A ação havia sido protocolada no Supremo pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) e senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), apontando crime de Bolsonaro.
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Ao pedir o arquivamento da denúncia, o vice-PGR alegou "falta de provas" e de "indícios" de que Bolsonaro tenha cometido crime. O órgão, no entanto, não realizou qualquer diligência para conseguir essas provas e evidências.
E não precisaria ir muito longe. O próprio Bolsonaro confessou o suposto crime. Em evento realizado na Federação das Indústrias do Estado de São (Fiesp), em dezembro do ano passado, o chefe do Executivo deixou claro que indicou a presidente do Iphan para que o órgão não dê "dor de cabeça". Ele exemplificou como interferiu no instituto ao narrar a ocasião em que mandou "ripar todo mundo" para beneficiar uma obra da rede de lojas Havan, de seu aliado Luciano Hang.
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“Também, há pouco tempo, tomei conhecimento que, uma obra, uma pessoa conhecida, o Luciano Hang, estava fazendo mais uma loja e apareceu um pedaço de azulejo durante as escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra. Liguei para o ministro da pasta: ‘que trem é esse?’, porque eu não sou tão inteligente como meus ministros. ‘O que é Iphan?’, com PH. Explicaram para mim, tomei conhecimento, ripei todo mundo do Iphan. Botei outro cara lá. O Iphan não dá mais dor de cabeça pra gente", disparou Bolsonaro.
A declaração, que para a PGR não serve como prova, está documentada em vídeo.
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