Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta terça-feira (22), o historiador e pesquisador Valério Arcary revelou que Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL ao governo do estado de São Paulo, avalia se mantém ou não a sua candidatura.
"O PSOL vai ter candidato a governador em São Paulo. A decisão do Guilherme é uma decisão pessoal. Ele está refletindo. Ele fez um giro pelos interiores, fez um giro pelas periferias... ele está avaliando o tema da cláusula de barreira. Nós temos que superar 2% de toda a votação para deputados federais. É um cálculo que envolve imensos riscos. Qual é a melhor localização para o Guilherme? Ele está refletindo. Quando vai ser anunciado? É uma decisão dele”, revelou Arcary.
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Em seguida, Valério Arcary enfatizou que o PSOL, apesar do apoio ao PT na chapa presidencial, não vai se transformar em uma sublegenda do Partido dos Trabalhadores.
“O PSOL não vai, em 2022, se transformar em sublegenda do PT. Nós não nascemos para isso. Nós tiramos uma conclusão: os PT é o maior partido com implantação da classe trabalhadora, mas é um partido reformista eleitoral e moderado. Os limites da estratégia do PT já foram testados. Nós tiramos um projeto diferente do PT, mas isso não significa que o PSOL será um obstáculo para Lula derrotar Bolsonaro. O PSOL será um ponto de apoio", disse.
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Lula não precisa de Alckmin para vencer as eleições
Valério Arcary não mediu palavras para criticar o nome de Geraldo Alckmin para compor a vice de Lula. Para o dirigente do PSOL, tanto Lula quanto Dilma Rousseff não foram eleitos por causa de seus respectivos vices.
"Embora eu seja um marxista revolucionário, procuro não ser um dogmático de ultraesquerda. Lula não venceu em 2002 porque fez uma aliança com o José de Alencar e a Dilma não venceu em 2010 porque fez uma aliança com Michel Temer. Lula venceu em 2002 porque nos 10 anos anteriores, na verdade os 12 anos anteriores, o Brasil sofreu sequelas do foi o governo Collor (1990-92), os dois mandatos de Fernando Henrique (1994-2002), ou seja, do que foi o reposicionamento do país, da nação dentro do mercado mundial. O Brasil chegou atrasado, a burguesia brasileira chegou atrasada nas transformações que os centros capitalistas estavam fazendo", analisou.
Posteriormente, Arcary afirmou que Alckmin é um “político em fim de carreira” e que a sua base social de apoio político é menor que a torcida do Juventus.
"Do ponto de vista estritamente eleitoral, Alckmin não é necessário. Lula não depende de Alckmin para vencer. É muito difícil que o Alckmin possa atrair setores da classe média acomodada. Alckmin é um político em final de carreira que estava aparecendo em programas do Ronnie Von em um canal que eu nem sei nome. A torcida doo Juventus é maior que a base social de apoio ao Alckmin", criticou Arcary.
Confira abaixo a entrevista na íntegra: