Após defender o nome de Daniela Mercury para assumir o Ministério da Cultura, a socióloga Rosângela Lula da Silva, a Janja, esposa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e responsável pelo evento de posse, tem uma nova proposta para encabeçar a pasta. Trata-se da também cantora baiana Margareth Menezes. A especulação foi publicada na coluna de Andréia Sadi no G1.
De acordo com a colunista, "a opção por um artista para comandar a Cultura se assemelha à fórmula usada por Lula no primeiro mandato, quando Lula optou por Gilberto Gil". A jornalista afirma, ainda, que além de Margareth, foram cogitados os nomes dos atores Lázaro Ramos e Marieta Severo e do rapper Emicida. Margareth participará da festa da posse, ao lado de artistas como Paulinho da Viola, pastor Kleber Lucas e Leonardo Gonçalves.
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Papel estratégico
Se o tema da cultura assumiu posição estratégica no primeiro governo Lula, sob o comando de Gilberto Gil ao lado de nomes como Juca Ferreira e Célio Turino, o desafio após seis anos de devastação das políticas para o setor é ainda maior. O primeiro ato de Michel Temer quando assumiu o comando do país após o golpe contra a presidenta Dilma Roussef, em 2016, foi extinguir o Ministério da Cultura. De lá para cá foi só ladeira abaixo: fim do fomento que aqueceu o mercado audiovisual nacional, distorção e campanha de difamação contra a Lei Rouanet, esvaziamento do programa Cultura Viva, redução drástica do orçamento para o setor e ausência de qualquer política de articulação da rede de fazedores de cultura e fomento a novas produções.
Ainda durante a campanha, em 27 de outubro, Lula lançou a “Carta para o Brasil do amanhã”, em que se comprometeu com a retomada do crescimento econômico e de direitos sociais. Abordando propostas em 13 diferentes áreas, enquanto candidato Lula disse que recriará o Ministério da Cultura e implantará um Sistema Nacional de Cultura para articular comitês estaduais de cultura. Além disso, fez o compromisso de retomar o programa Cultura Viva, responsável pelos Pontos de Cultura, bem como o de ampliar a presença da cultura nas redes sociais, incorporando tecnologias digitais. Por fim, no sucinto documento, propôs retomar o conjunto de programas para a cultura, as artes, o esporte e o lazer, "que foram atacados e destruídos pelo atual governo".
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Outro perfil
Embora não seja um ministério tradicionalmente disputado pelas forças políticas, por contar com orçamento normalmente baixo em relação a outras pastas, seu papel político em um cenário de combate ao fascismo atrai o interesse de forças como o PCdoB de Jandira Feghali, nome cotado para assumir a tarefa. Em texto recente publicado na Fórum, a deputada federal eleita para seu 8º mandato pelo estado do Rio de Janeiro defende que "recriar, reconstruir e soerguer o Ministério da Cultura não é apenas a ampliação de uma estrutura administrativa. É uma iniciativa carregada de sentido histórico".
Além de Margareth, Daniela, Marieta, Lázaro, Emicida e Jandira, o nome de Juca Ferreira também aparece como possibilidade, correndo por fora. Filiado ao PT, Juca foi secretário-executivo no período em que Gilberto Gil era ministro e assumiu a pasta em duas ocasiões, no final do segundo governo Lula (2008-2010) e no último ano em que Dilma governou (2015-2016).