DIVERGÊNCIAS

PDT se reúne para decidir sobre participação no governo Lula e apoio a Lira

Ciro Gomes permanece isolado, mas foi convocado. Liderança do partido na Câmara também deve ser decidida na reunião puxada por Lupi

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A Executiva Nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) se reúne na tarde desta terça (6) na sua sede nacional, em Brasília, por convocação do presidente da legenda, Carlos Lupi. Na pauta, estão a definição sobre a participação ou não do partido no governo Lula, a posição em relação às eleições para as presidências da Câmara e do Senado e a definição do nome do partido para liderar a bancada de deputados federais.

A primeira decisão da reunião, já anunciada no portal do PDT na internet, foi a reeleição do deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) como líder da bancada na Câmara, por unanimidade. As demais pautas, entretanto, tendem a ser mais espinhosas.

Novo governo

Pelos movimentos das últimas semanas, a tendência é que a legenda decida oficialmente participar do governo Lula e que apoie a reeleição tanto de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara dos Deputados, quanto de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado.

Desde que Lupi bancou a decisão de que a agremiação apoiasse Lula no segundo turno das eleições presidenciais, ocorreram diversos movimentos de aproximação entre o PDT e o presidente eleito. Matéria na página do PDT, inclusive, anuncia orgulhosamente que dez de seus parlamentares compõem grupos técnicos da transição.

Ciro isolado

Tais encaminhamentos foram feitos, entretanto, sem a participação do candidato a presidente da república pela sigla em 2018 e em 2022, Ciro Gomes. Ele não foi incluído nas negociações feitas até aqui para integrar o governo Lula e sua figura sequer aparece na página do partido, que publica em profusão sobre a participação dos trabalhistas na transição.

O principal debate da reunião tende a ser assumir ou não ministérios no governo Lula e até que ponto o partido será base da nova gestão. Dirigentes mais ligados a Ciro Gomes defendem que a sigla não assuma cargos no governo, sob pena de atrapalhar os planos eleitorais do pedetista em 2026. As movimentações de Lupi no sentido de se aproximar do presidente Lula, garantir os parlamentares do partido no governo de transição e excluir Ciro das negociações levam a crer que a legenda anseia por um espaço no primeiro escalão. Nada central, mas como um sinal complementar, o site do PDT publicou recentemente texto enaltecendo os 92 anos do Ministério do Trabalho, com valorização do papel jogado por Lupi quando foi ministro da pasta.