E de pensar que, um dia, uma boa parte dos brasileiros acreditou no bordão “acabou a mamata”, usado como bandeira por Jair Bolsonaro (PL). No apagar das luzes do caótico governo que levou o país à lona, um levantamento realizado pelo coletivo Movimento Country mostrou que a administração do líder de extrema direita colocou um sigilo de 100 anos no cachê pago ao sertanejo Gusttavo Lima por conta de sua participação na ação publicitária que divulgou a Mega-Sena da Virada de 2021, loteria que deu R$ 378 milhões de reais a dois sortudos, que dividiram o prêmio.
Apoiador incondicional e fiel de Bolsonaro, o cantor que estourou para o Brasil há mais de 10 anos com o hit “Balada (Tchê Tchê Rere)” e se tornou figurinha carimbada em atos de apoio político públicos ao extremista que está de saída da Presidência da República. Gusttavo Lima também é amigo próximo de Jair Renan, filho 04 do chefe de Estado.
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De acordo com dados do Porta da Transparência, a campanha publicitária da maior loteria da Caixa Econômica Federal (CEF) custou um total de R$ 10 milhões, sendo que parte do valor ficou com o famoso sertanejo, que encabeçou o material de divulgação.
Escândalos recentes com cachê
Em meio a uma série de denúncias de que cantores sertanejos e de outros gêneros estavam recebendo cachês milionários de pequenas prefeituras pobres do interior do país, Gusttavo Lima acabou sendo arrastado para o escândalo após o Ministério Público de Roraima (MP-RR) determinar a abertura de investigação por conta da contratação de uma apresentação na minúscula São Luiz, ao sul do estado, por R$ 800 mil, a ser realizada na 24ª edição da vaquejada, ocorrida em maio deste ano.
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A população de São Luiz é estimada em 8 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade, menor município do estado, tem um PIB de R$ 147,6 milhões, o segundo mais baixo de Roraima, ficando atrás apenas de Uiramutã, e ainda assim desembolsou um valor astronômico pela apresentação do músico.