Jair Bolsonaro (PL), o ainda presidente, vai tendo o fim semelhante ao de inúmeros tiranos que, depois de anos de “glórias”, caem em desgraça e passam a ser vistos amplamente como covardes e foragidos. Sua fuga para os EUA, antes mesmo do mandato acabar oficialmente, já está sendo criticada e atacada até por figuras de peso de seu campo ideológico.
Embora tente confundir e embaralhar os fatos, como fez durante os quatro anos em que esteve à frente do Palácio do Planalto, negando que vá “viajar nesta quarta (28)”, mesmo sem dizer se vai na quinta (29) ou na sexta (30), o fato é que os homens do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsáveis por sua segurança pessoal, já chegaram em Miami e o jato que os levou até lá foi uma das aeronaves da frota presidencial. Em poucas horas, ou dias, Bolsonaro estará fora do país, fugindo como um criminoso.
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O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que já vinha criticando o sumiço de Bolsonaro após a derrota nas urnas para Lula (PT), aumentou ainda mais a artilharia contra o futuro ex-presidente, segundo informações da coluna do jornalista Paulo Cappelli, do site Metrópoles.
“Se essa viagem se confirmar será o pior de todos os erros do presidente. Estou há dias sendo chamado de traidor porque alertei ao povo que esse seria o fim. Além de não falar com clareza à sua tropa, caso viaje estará abandonando-a no meio da guerra. Eu lhe peço presidente Bolsonaro, não entres para a história como um covarde”, teria disparado o parlamentar.
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Quem também perdeu a paciência com o “Mito” fujão foi a deputada estadual paulista Janaína Paschoal (PRTB-SP), publicando um tuíte em que cobrou o quase ex-chefe de Estado sobre sua saída de cena ainda durante o mandato.
“Por consideração às pessoas que tanto o apoiam, Bolsonaro deveria esclarecer os manifestantes e pedir que retornem para casa. Explicar que se afastará por um tempo, até para regressar e participar ativamente da futura oposição”, escreveu a mulher que escreveu o parecer usado no pedido de “impeachment” (golpe parlamentar) contra a presidente Dilma Rousseff (PT), e que ganhou R$ 45 mil por isso.
Interlocutores do campo bolsonarista de Brasília vêm sinalizando a jornalistas de editorias políticas de vários veículos de comunicação do país que a insatisfação por parte de parlamentares aliados com a nítida fuga de Bolsonaro para os EUA, disfarçada de “descanso sabático”, é crescente, mas que a maioria deles está preferindo aguardar para confirmar a partida do futuro ex-presidente ao exterior para então atacá-lo.