ATAQUE À DEMOCRACIA

Prisão de terroristas e silêncio de Bolsonaro preocupam governos estrangeiros

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que medidas de segurança serão tomadas já no dia 1º de janeiro

Prisão de terroristas e silêncio de Bolsonaro preocupam governos estrangeiros.Créditos: Alan Santos/PR
Escrito en POLÍTICA el

A prisão dos terroristas que planejavam ataques com bombas no Distrito Federal e o silêncio do futuro ex-presidente Jair Bolsonaro diante de tais ameaças acenderam o sinal de alerta entre os governos estrangeiros. 

Segundo informações do jornalista Jamil Chade, no UOL, após a prisão de terroristas bolsonaristas que planejavam os ataques e a possível realização de manifestações violentas no dia da posse do presidente eleito Lula (PT) estão sendo acompanhadas de perto por organismos estrangeiros.

Além do silêncio do futuro ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também preocupa a descoberta de grupos de extrema direita e indivíduos que aguardam ordens para agir. 

A reação das embaixadas faz parte de uma ofensiva internacional que começou com o reconhecimento imediato da vitória de Lula no dia 31 de outubro por parte dos principais governantes internacionais. 

Além disso, a presença maciça de representantes internacionais para a posse do presidente eleito Lula também faz parte dessa ofensiva internacional para garantir a passagem de governo e a democracia no Brasil. 

Ao UOL, fontes do Itamaraty afirmam que um esquema especial de segurança está sendo montado para receber cerca de 30 lideranças internacionais e mais de 20 delegações de alto nível, o maior número já registrado para a posse de um presidente brasileiro. 

 


“Vamos agir já nas primeiras horas do dia 1°”, diz Dino sobre terroristas bolsonaristas

 

O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, deu uma forte e contundente entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (26) na qual falou sobre a postura que a nova gestão terá, já na virada do relógio para 2023, contra os terroristas bolsonaristas que ameaçam o Brasil com um banho de sangue.

“Vamos tomar as providências para que nas primeiras horas do dia 1º já haja um comando efetivo. No momento em que se esvai um mandato presidencial, a posse em si é uma formalização de algo que a Constituição impõe, o mandato presidencial cessa à meia-noite do dia 31 de dezembro”, explicou Dino, manifestando que assim que o dia 1° de janeiro se iniciar, o novo governo será implacável com os golpistas.

Ele esclareceu que é preciso começar imediatamente os trabalhas para evitar o que na Ciência Política é chamado de ‘vácuo de poder’, mesmo que isso ocorre em poucas horas entre a passagem de uma administração para outra.

“Nós vamos, obviamente, antecipar certos atos, porque não pode haver vazio de poder. Então isso não ocorrerá, no sentido de que já nas primeiras horas do dia 1º, vamos tomar providências para que não ocorra essa situação de instabilidade. Isso se refere ao conjunto das instituições que estão sob o comando do Ministério da Justiça e ao restante do governo”, disse.

Questionado pelos jornalistas sobre a presença de gente do governo Bolsonaro e outros agentes privados poderosos por trás dessas ações de terror, Dino reafirmou o que disse e prometeu mostrar essa relação assim que o governo tomar posse.

“Há fatos que autorizam essa minha afirmação. Ou omissão ou ação de agentes públicos federais em conexão com esses ditos acampamentos. Essas conexões com agentes privados e públicos serão apuradas, no sentido que todos esses acampamentos têm, sim, participações e omissões. Há gente poderosa financiando isso, e a polícia irá apurar passo a passo quem forneceu essas armas, onde ele obteve isso, onde ele obteve esses explosivos, porque isso não é uma ação individual. Nós não vamos permitir isso no Brasil. Não vamos permitir que esse terrorismo político se instale no Brasil”, reiterou.

 

"Não há pacto político e nem anistia para terroristas"

 

Flávio Dino (PSB), futuro ministro da Justiça do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou em tuíte na manhã deste domingo (25), que não haverá pacto político e nem anistia para os que cometeram atos terroristas.

Dino, que tomou à frente das investigações dos atentados terroristas promovidos por bolsonaristas, se referia à bomba encontrada próxima ao Aeroporto de Brasília neste sábado. De acordo com ele, “os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível”.

O futuro ministro também elogiou a eficiência da Polícia Civil e cobrou o atual governo: “reitero o reconhecimento à Polícia Civil do DF, que agiu com eficiência. Mas, ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos”.

“Não há pacto político possível e nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores”, encerrou Dino.