O apoio de Simone Tebet (MDB) a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições foi recebido com entusiasmo por aliados e apoiadores do presidente agora eleito e diplomado. Simone Tebet teve mais votos que Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno e seu apoio representou uma ampliação da frente ampla que Lula conseguiu reunir em defesa da democracia para derrotar o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro (PL).
Passada a eleição, Tebet assumiu papel importante no governo de transição, contribuindo na coordenação do Grupo Técnico (GT) de Desenvolvimento Social. A senadora sul mato-grossense chegou a imaginar que seria convidada a assumira pasta responsável pelo Bolsa Família, entretanto, com tradição na proposição e implementação de políticas sociais em gestões pelo país, o Partido dos Trabalhadores (PT) não abriu mão do comando do ministério, que será conduzido pelo ex-governador senador eleito pelo Piauí Welington Dias. O anúncio foi feito na última quinta-feira (22). As especulações em torno de qual pasta ocuparia a ex-candidata à presidência e as diversas conversas entre Lula, Tebet e MDB tornam o acompanhamento do assunto uma espécie de novela.
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Convites feitos
Na sexta (23) pela manhã Lula conversou com Tebet pela primeira vez desde as eleições, no início da manhã, acompanhado da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e do futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Foi sugerido que a emedebista assumisse o Ministério do Meio Ambiente, convite que ela afirmou que só aceitaria se Marina Silva (Rede) aceitasse a pasta da Autoridade Climática. Marina, por sua vez, declinou do convite e foi convidada para ser Ministra do Meio Ambiente. Na conversa com Tebet foi apresentadas a possibilidade do MDB ter duas pastas no governo, sendo a segunda o Ministério das Cidades. Após as reuniões com Tebet e Marina, Lula embarcou em um voo acompanhado da senadora do MDB de Brasília para São Paulo, mas não trataram mais sobre ministérios.
Especulações chegaram a levantar o nome da senadora do MDB para a Agricultura e Pecuária, mas, de acordo com a colunista Miriam Leitão, Tebet já teria conversado com lideranças de seu partido dizendo que aceitará o ministério do Planejamento, ideia apresentada pelo presidente Lula e criticada por veículos de imprensa, pela sua visão liberal poder entrar em confronto com a perspectiva do futuro ministro da Fazendo, Fernando Haddad (PT). Trata-se de espaço com bastante prestígio e possibilidade de atuação política, por estar mais ligada ao núcleo de elaboração e execução das políticas no novo governo.
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Ela não deve comandar, entretanto, os bancos do Brasil e a Caixa Econômica Federal, conforme foi divulgado que seria sua expectativa. Aliados da senadora afirmam que ela afirmou que a função do Ministério seja planejar as ações direta e indireta, levando sugestões para políticas habitacionais, na Caixa, e e apoio e fomento ao agronegócio, no BB, por exemplo, mas que nunca reivindicou que o convite para a pasta do Planejamento viesse turbinado com o comando das instituições financeiras.
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Nova conversa entre Lula e Tebet ocorre nesta terça (27) e em seguida o presidente eleito deve fazer o anúncio dos 16 responsáveis pelos ministérios que ainda faltam, dos 37 listados pela equipe de transição. O Ministério das Cidades deve ficar com José Priante, também emedebista. O anúncio marcará, afinal, o último capítulo da "novela" e abrirá um novo momento da relação entre Lula, Tebet e o MDB, que deve contribuir para a governabilidade do novo governo.