O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, anunciou nesta quarta-feira (21) que recuou da indicação de Edmar Camata para ser o novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A indicação havia gerado uma onda de protestos por parte de petistas pelo fato de Camata ser um notório lavajatista e já ter se manifestado favoravelmente à prisão de Lula (PT) através das redes sociais.
Segundo Dino, diante da polêmica, ele e sua equipe optaram por indicar um novo nome, apesar de dizer que "reconhece" a qualidade do currículo de Camata. Ele afirmou que a substituição do nome que vai comandar a PRF se deu por uma questão "política".
"Fizemos uma pesquisa de todas as pessoas e levamos em conta menos as visões pretéritas e mais o presente e o futuro, porque somente os mortos não evoluem. Mas nós precisamos ao olhar o futuro e examinar se aquele líder tem condições políticas de conduzir a sua atribuição. Então, realmente não se trata de um julgamento de situações pretéritas. Em meio a polêmicas, você acaba por dissipar energias em uma área quer você precisa de foco (...) Não há julgamento de desvalor, mas uma avaliação puramente política", justificou Dino em coletiva de imprensa.
"Em relação a posições dele pretéritas sobre Lava Jato, Sergio Moro, Dallagnol, sim, claro, mas volto a dizer, não é um critério, mas aí a questão é que houve uma postagem particular e outras, enfim, realmente não é um julgamento sobre o que ele achava em 2017 e 2018, porque realmente não é um critério, a meu ver, determinante, mas em face da polêmica, é claro, que ele no futuro não reuniria condições para se dedicar como nós gostaríamos", disse ainda.
O futuro ministro da Justiça reforçou que já sabia do posicionamento político de Camata, mas que não conhecia a fundo o teor de suas postagens e, por isso, optou por indicar um novo nome para o comando da PRF.
O novo indicado é Antônio Fernando Oliveira, policial rodoviário federal desde 1992, com atuação na Bahia e no Maranhão, pós- graduado em Direito Tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autônoma de Lisboa
Assista abaixo a íntegra da coletiva do futuro ministro da Justiça