O presidente eleito Luiz Inácio da Silva (PT), após uma intensa agenda de encontros com autoridades em Brasília, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (9) em que pregou harmonia entre os Poderes.
Pela manhã e início da tarde, o petista esteve em reuniões com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Te podría interesar
"É possível a gente recuperar a harmonia entre os Poderes, a normalidade da convivência entre as instituições brasileiras, instituições que foram atacadas, violentadas por algumas autoridades ligadas ao governo", declarou Lula no início da coletiva de imprensa.
O presidente eleito prosseguiu sua fala agradecendo ao Poder Judiciário pelo "enfrentamento à violência, à ilegalidade e ao desrespeito democrático que estava sendo praticado no país", fazendo referência ao processo eleitoral. "A urna eletrônica é uma conquista do povo brasileiro. Muitos países invejam o Brasil pela lisura do processo", disse.
Segundo Lula, seu governo "conversará com todos para garantir as coisas que são necessárias para melhorar a vida do povo". "Não há tempo para vingança, raiva, ódio. O tempo é de governar, pretendo trabalhar 24 horas por dia", atestou.
Ao longo da entrevista, Lula ainda comentou os atos golpistas que vêm sendo realizados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das urnas. "Essas pessoas que estão protestando não têm porquê protestar. Tem que identificar quem está financiando esses protestos que não têm pé e nem cabeça", disparou.
Questionado sobre a possibilidade do futuro ex-presidente Jair Bolsonaro seguir colocando em xeque o resultado das urnas, Lula foi enfático: "Ninguém vai acreditar em discurso golpista de quem perdeu as eleições".
O presidente eleito usou boa parte da coletiva para reforçar seu compromisso de combate à fome, afirmando que há "uma dívida histórica com o povo brasileiro", e se mostrou confiante de que as articulações no Congresso Nacional em prol dos projetos que quer encampar avançarão.
"Houve muita disposição do presidente da Câmara e do Senado", afirmou, se referindo às reuniões que teve com Lira e Pacheco. Segundo Lula, a relação de seu governo com o Congresso Nacional será pautada pelo diálogo. "Não cabe ao presidente interferir no posicionamento do Congresso. Somos Poderes autônomos", salientou.