ELEIÇÕES 2022

Delgatti, o "hacker de Araraquara", teria atuado com militares em relatório sobre urnas, diz revista

Desaparecido desde agosto, quando foi levado por Carla Zambelli para um encontro com Bolsonaro, Delgatti teria auxiliado militares na tentativa frustrada de encontrar fraudes no sistema de votação.

Walter Delgatti com Carla Zambelli.Créditos: Reprodução/Twitter
Escrito en POLÍTICA el

Desaparecido desde agosto, quando foi levado por Carla Zambelli (PL-SP) para um encontro com Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto, Walter Delgatti, que ficou conhecido como "hacker de Araraquara" após divulgar mensagens da Vaza Jato, teria atuado junto aos militares que rastrearam o sistema de votação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar encontrar fraudes nas urnas eletrônicas.

Querem nos calar! A Fórum precisa de você para pagar processos urgentes. Clique aqui para ajudar

Segundo reportagem de Reynaldo Turollo Jr. na edição desta sexta-feira (18) da revista Veja, o hacker teria aberto uma empresa, a Delgatti Desenvolvimento de Sistemas, no dia 22 de agosto - logo após a reunião com Bolsonaro - para prestar serviços.

Na reunião com Bolsonaro, Delgatti teria se aliado ao discurso de fraude dizendo que é contra as urnas eletrônicas porque "elas não conseguirão mais se defender porque quem está falando agora é o mesmo que eles chancelaram na Lava Jato".

Em reunião no Ministério da Defesa, Delgatti também defendeu a teoria da conspiração de alguns militares sobre o código-fonte "malicioso" das urnas, que direcionaria votos de Bolsonaro para Lula por meio de uma "chave embutida".

Junto aos militares, o hacker teria defendido a proposta da realização de um teste de integridade das urnas durante a votação, com a biometria de eleitores. Após insistência do Ministério da Defesa, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, autorizou o teste em uma pequena amostra das urnas, que não apontou falha alguma.

Segundo a Veja, Delgatti teria tido as despesas de alimentação e hospedagem bancadas, em princípio, por Carla Zambelli, que viajou aos EUA após ter as redes derrubadas por propagação de fake news e incitação ao golpe em razão da derrota de Bolsonaro nas urnas.

No relatório entregue ao TSE, as Forças Armadas fazem apenas críticas ao método adotado pelo TSE, dizendo que ele dificultaria a tal “fiscalização” realizada pelos militares, cooptados pelo atual presidente para atrapalharem o processo. Em parte alguma há menção a irregularidades ou fraudes.

“Quanto à fiscalização da totalização, foi constatada, por amostragem, a conformidades entre os BU (boletins de urna) impressos e os dados disponibilizados pelo TSE”, diz um trecho do relatório, acabando com especulações de seguidores de Bolsonaro de que as Forças Armadas apontariam fraudes.