ELEIÇÕES 2022

EXCLUSIVO: Segundo maior doador de Bolsonaro ameaça com demissão em massa se Lula vencer

Gilson Trennepohl, vice-prefeito de Não-Me-Toque (RS) e dono de empresa de máquinas agrícolas, só perdeu em doações para Nélson Piquet

Bolsonaro e Gilson, o segundo maior doador de sua campanha.Créditos: Redes Sociais
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A empresa Stara, de máquinas e implementos agrícolas, com sede no município de Não-Me-Toque (RS), município de 18 mil habitantes a 289 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre, enviou um comunicado a um fornecedor afirmando que, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença no segundo turno, a empresa deverá reduzir sua base orçamentária em 30%.

A empresa afirma ainda que, caso o resultado do primeiro turno se confirme no segundo, “isso afetará o nosso poder de compra e produção, desencadeando uma queda significativa em nossos números”, configurando ameaça velada de demissões.

Veja o documento abaixo:

Segundo maior doador

O gaúcho Gilson Lari Trennepohl (DEM), vice-prefeito de Não-me-Toque, é o diretor-presidente da Stara e, de acordo com levantamento do início de setembro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicado pelo UOL, foi o segundo maior doador da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), com entrega de R$ 350 mil, atrás apenas do ex-piloto Nélson Piquet, que doou R$ 501 mil.

A Fórum tentou contato com a empresa por email e não obteve resposta. Por telefone, a reportagem foi informada que Fábio Augusto Bocasanta, diretor administrativo financeiro da empresa e autor do documento, estava reunido para resolver “o problema do comunicado” e que só poderia se manifestar durante a tarde.

Fernanda Melchionna

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSol-RS) compartilhou o comunicado em sua conta do Twitter e comentou:

"A empresa Stara está avisando seus fornecedores que demitirá parte de seus funcionários caso Lula ganhe no 2º turno. O dono é um dos princ. doadores de Bolsonaro e já foi beneficiado com + de R$ 2 BI pela sua gestão. Uma mão lava a outra e quem paga é o trabalhador! Isso é crime!"

Outro lado 

Em vídeo divulgado nas redes sociais após a repercussão do caso, o diretor-presidente da Stara, Átila Stapelbroek Trennepohl, afirma que o comunicado se tratava apenas de "projeções" para 2023, direcionado a fornecedores, e que a ameaça velada de demissão em massa caso Lula (PT) seja eleito é "fake news". 

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