ELEIÇÕES 2022

Diretor da PRF, Silvinei Vasques coleciona processos disciplinares, colocados em sigilo por 100 anos

Fã de Jair Bolsonaro, Vasques ainda extinguiu as Comissões de Direitos Humanos da PRF depois que agentes assassinaram Genivaldo de Jesus em uma câmara de gás improvisada no porta-malas de uma viatura policial.

Silvinei Vasques, da PRF, Jair Bolsonaro e Anderson Torres.Créditos: Reprodução /Instagram
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Alçado à direção-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, em 6 de abril de 2021, Silvinei Vasques responde a pelo menos 8 processos disciplinares na corporação, que foram colocados em sigilo de 100 anos por Jair Bolsonaro (PL) três meses após ele assumir o cargo.

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Entre os oito processos disciplinares, Vasques foi condenado em ao menos um deles, mas o conteúdo das ações foram colocados em sigilo, segundo o governo, por "conter informações de cunho pessoal, conteúdo de foro íntimo, que envolve, muitas vezes, informações de terceiros”.

Vasques virou protagonista do segundo turno das eleições presidenciais ao desobedecer decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e determinar barricadas de agentes da PRF para impedir eleitores nordestinos de votar neste domingo (30).

Um ano e um mês após assumir o comando da PRF, Vasques editou uma portaria revogando o funcionamento e extinguindo as Comissões de Direitos Humanos da corporação.

Os colegiados tinham, entre suas atribuições, o dever de acompanhar processos disciplinares contra agentes envolvidos em casos de desrespeito aos direitos humanos.

A extinção das comissões aconteceu após agentes da PRF matarem Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, que foi morto asfixiado em uma câmara de gás improvisada no porta-malas de uma viatura durante abordagem em Umbaúba (SE), no dia 25 de maio de 2022. O processo disciplinar dos agentes que participaram do assassinato também foi colocado em sigilo de 100 anos.

Natural de Ivaiporá, no Paraná, Silvinei Vasques entrou para a PRF em 1995 e fez carreira principalmente em Santa Catarina, onde atuou como superintendente do órgão. 

Silvinei Vasques também já foi secretário de Transporte, de Administração e de Segurança e Defesa Social em São José (SC), entre 2007 e 2008. Durante o período em Santa Catarina, chefiou delegacias no interior e foi instrutor de novos agentes.

Nas redes, Vasques não disfarça sua admiração por Bolsonaro, exibindo diversas fotos com o presidente, com filhos e em eventos do governo.