ELEIÇÕES 2022

Linha auxiliar de Bolsonaro, Partido Novo pune Amoêdo por declarar voto em Lula

Presidenciável da sigla em 2018, Amoêdo vem sendo perseguido pelo Novo desde que declarou voto em Lula, no dia 15 de outubro.

Jair Bolsonaro, Marcel Van Hattem e João Amoêdo.Créditos: Presidência da República / Partido Novo
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Faltando três dias para as eleições, o Partido Novo - que atua como linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso - determinou a "imediata suspensão da filiação" de João Amoêdo, candidato da sigla à Presidência em 2018, depois que ele declarou voto em Lula (PT) no segundo turno.

O anúncio foi antecipado nas redes sociais pelo deputado federal Marcel Van Hattem, um dos parlamentares da sigla mais próximos a Bolsonaro. O caminho deve ser a expulsão de Amoêdo, segundo ele.

"Recebi há pouco e-mail da Comissão de Ética do Partido Novo que determina a imediata suspensão da filiação de João Amoêdo tendo em vista "risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação do NOVO". É decisão liminar até que seja julgado nosso pedido de sua expulsão", escreveu Van Hattem.

O anúncio aconteceu menos de 12 horas após o último tuite de Amoêdo, em que ele critica a nova tentativa de Bolsonaro de tumultuar as eleições com a denúncia fake sobre a propaganda de rádio no Nordeste.

"O TSE acaba de encerrar o processo sobre as inserções da campanha do presidente por ausência de provas. Mais um ataque de Bolsonaro ao processo eleitoral e consequentemente à democracia. Que o episódio ajude aos indecisos a entenderem que Bolsonaro é o mal maior a ser evitado", escreveu.

Amoêdo foi atacado pelo Novo após declarar voto em Lula, em entrevista no dia 15 de outubro.

"É absolutamente incoerente e lamentável a declaração de voto de João Amoêdo em Lula, que sempre apoiou e financiou ditadores e protagonizou os maiores escândalos de corrupção da história. Seu posicionamento não representa o Partido Novo e vai contra tudo o que sempre defendemos", escreveu o Novo nas redes.

O ex-presidenciável da sigla rebateu: "Lamento que o partido utilize meios oficiais para atacar a liberdade de expressão e política de um filiado. Ao responder o questionamento acerca do meu voto em segundo turno, apenas exerci um direito que me é conferido pela nossa Constituição".