Faltando três dias para as eleições, o Partido Novo - que atua como linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso - determinou a "imediata suspensão da filiação" de João Amoêdo, candidato da sigla à Presidência em 2018, depois que ele declarou voto em Lula (PT) no segundo turno.
O anúncio foi antecipado nas redes sociais pelo deputado federal Marcel Van Hattem, um dos parlamentares da sigla mais próximos a Bolsonaro. O caminho deve ser a expulsão de Amoêdo, segundo ele.
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"Recebi há pouco e-mail da Comissão de Ética do Partido Novo que determina a imediata suspensão da filiação de João Amoêdo tendo em vista "risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação do NOVO". É decisão liminar até que seja julgado nosso pedido de sua expulsão", escreveu Van Hattem.
O anúncio aconteceu menos de 12 horas após o último tuite de Amoêdo, em que ele critica a nova tentativa de Bolsonaro de tumultuar as eleições com a denúncia fake sobre a propaganda de rádio no Nordeste.
"O TSE acaba de encerrar o processo sobre as inserções da campanha do presidente por ausência de provas. Mais um ataque de Bolsonaro ao processo eleitoral e consequentemente à democracia. Que o episódio ajude aos indecisos a entenderem que Bolsonaro é o mal maior a ser evitado", escreveu.
Amoêdo foi atacado pelo Novo após declarar voto em Lula, em entrevista no dia 15 de outubro.
"É absolutamente incoerente e lamentável a declaração de voto de João Amoêdo em Lula, que sempre apoiou e financiou ditadores e protagonizou os maiores escândalos de corrupção da história. Seu posicionamento não representa o Partido Novo e vai contra tudo o que sempre defendemos", escreveu o Novo nas redes.
O ex-presidenciável da sigla rebateu: "Lamento que o partido utilize meios oficiais para atacar a liberdade de expressão e política de um filiado. Ao responder o questionamento acerca do meu voto em segundo turno, apenas exerci um direito que me é conferido pela nossa Constituição".