O ex-prefeito Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo, afirmou durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, que bolsonaristas fazem uso "oportunista" do tiroteio que interrompeu evento de campanha do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), em Paraisópolis, zona sul da capital paulista.
"Eu vejo com muita preocupação [esse episódio]. Eu mesmo, às 13h, eu liguei para o Tarcísio, que me retornou seis horas depois. E ele me relatou descartar qualquer vinculação política. Então, eu acho que bolsonaristas estão fazendo uso oportunista, o fato de já levar para a TV, de mudar [o perfil] na Wikipedia, já tornar o Tarcísio uma vítima de ataque político. Eu acho que revela uma pressa que já causa apreensão", disse Haddad durante o programa "Roda Viva", da TV Cultura.
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Haddad disse ainda que “esse tipo de coisa coloca em risco a vida do Tarcísio e a minha. Porque quando você estimula esse tipo de compreensão do debate, você faz com que algumas pessoas... eu não ando com segurança armada, nem com segurança à paisana. Então, isso coloca em risco a vida dos candidatos, a partir do momento que você faz um alarde dessa natureza, de forma oportunista, para ganhar algum dividendo eleitoral”.
Relembre o caso
Tarcísio cancelou agenda e fugiu durante suposta troca de tiros em Paraisópoplis na manhã desta segunda-feira (17) quando participava de ato no Polo Universitário da comunidade.
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Tarcísio aparece sorrindo em imagem divulgada pela TV Globo, que diz que "candidato e jornalistas que acompanhavam a agenda de campanha chegaram a ficar abaixados em uma sala no local". Em seguida, o ex-ministro de Bolsonaro deixou o local em uma van blindada.
Nas redes, bolsonaristas ligaram o tiroteio a um eventual atentado contra o candidato. No entanto, vídeos mostram que a troca de tiros não ocorreu no ato da campanha, que era em um prédio fechado.
Dois são identificados
Dois homens foram identificados como suspeitos de participar do tiroteio. Felipe Silva de Lima, 27, foi morto na troca de tiros —ele tem duas passagens na polícia por roubo—, e Rafael de Almeida Araujo, que estava na garupa da moto de Lima.
Lima chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Campo Limpo, mas não resistiu e morreu. Araujo está foragido.