COP-30

Governo propõe acordo para garantir hospedagem para países menos desenvolvidos na COP 30

Valter Correia, secretário extraordinário para a conferência, se reuniu com os setores hoteleiro e imobiliário em Belém (PA)

O secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia, em entrevista coletiva em Belém (PA).Créditos: Augusto Pinheiro
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O governo federal está buscando estratégias para garantir a participação dos países menos desenvolvidos na COP 30, em novembro, em Belém (PA). Segundo o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia, em entrevista coletiva na capital paraense na última quinta-feira (24/4), essas nações têm demonstrado preocupação com os valores excessivamente elevados da hospedagem no período do evento. 

“A gente apresentou hoje, aqui em Belém, a proposta de criar um grupo de trabalho entre as entidades representativas das redes hoteleira e imobiliária e das plataformas de aluguel por temporada para fazer um debate sobre os preços praticados atualmente e avançar na elaboração e na assinatura de um termo de ajustamento de conduta”, explicou Correia.

“Nós propusemos os valores da alta temporada do Norte como referência, seja do período do Círio de Nazaré ou de outra localidade da região, o que for mais vantajoso. Vamos apresentar o resultado no final deste mês ou no início de maio para ver se houve um entendimento e se há esse acordo.”

Para o secretário, é fundamental a participação dos países menos desenvolvidos na conferência da ONU. “Nós temos um especial cuidado, uma especial atenção aos países insulares, que são os maiores atingidos pelo aumento da temperatura no mundo. São países que estão correndo o risco de desaparecer, com a elevação do nível do mar”.

Ele citou ainda, em entrevista à Fórum após a coletiva, “alguns países africanos”.  “É vital que eles participem, pois também sofrem muito com as mudanças climáticas. A gente ainda está fechando com a ONU quais são os países mais vulneráveis, porque eles têm uma visão mais integrada sobre todas essas necessidades”.

Correia lembrou que, nas discussões da COP sobre o financiamento do fundo para mitigar as mudanças climáticas, esses países menos desenvolvidos devem participar para servir de “fiel da balança” na negociação. “Nós sabemos que os países mais desenvolvidos têm uma certa dificuldade de fazer esse financiamento. Se nós não colocarmos os países mais interessados, as negociações ficam mais difíceis.”

A meta do montante destinado para o fundo, segundo o secretário, é de 1,3 trilhão de dólares anuais. “Para vocês terem uma ideia, na COP de Baku [2024], se conseguiu um acordo de 300 bilhões”.

Correia anunciou também a reserva de 500 cabines nos navios transatlânticos que ficarão ancorados no Porto de Outeiro [distrito de Belém], durante a COP, para delegações desses países menos desenvolvidos. “Uma parte do valor da hospedagem será financiada pelo fundo fiduciário da ONU, e o restante, pagamento do próprio país”.

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