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Bradesco, Itaú e Santander: R$ 74,8 bi de lucro

O resultado dos indicadores da economia de 2024 surpreendeu o mercado financeiro, com a ampliação de emprego e renda.

Bradesco, Itaú e Santander: R$ 74,8 bi de lucro.Créditos: Divulgação
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O resultado dos indicadores da economia de 2024 surpreendeu o mercado financeiro, com  a ampliação de emprego e renda.  Desemprego com menor taxa de toda a série histórica, 6,2%, criação de cerca de 1,7 milhão de empregos formais e alta de 7,4% da massa salarial.  A boa fase no mercado de trabalho reflete em indicadores de produção, estima-se crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto no ano, com melhora da produção industrial. Para se ter ideia, no início de 2024, o mercado previa crescimento de 1,59%.  A inflação segue em patamares abaixo da média do Governo Bolsonaro  (média do INPC foi de 6,17%). Mas a taxa de juros persiste, desafiando o mundo real e beneficiando o sistema financeiro.

Diante deste cenário,  na última semana, foram apresentados os demonstrativos dos três principais bancos privados do país. Somado, o lucro do Bradesco,  Itaú e Santander totalizou R$ 74,8 bilhões, com alta média de 22,2% em doze meses.  Mais lucro com aumento da rentabilidade. 

A expansão da economia alavancou o bom desempenho das carteiras de crédito, com alta  média de 12,1%. Crédito para as famílias, na aquisição de veículos e casa própria,  e para as pequenas, médias e grandes empresas para ampliação da produtividade.  Um ciclo virtuoso benéfico.  Além disso, o maior rendimento da população trouxe também menor grau de endividamento, patamares próximos ao pré-pandemia e, consequentemente, queda na provisão de devedores duvidosos. A PDD dos bancos caiu, em média, 12,7%.

Melhora nos indicadores de eficiência,  alta receitas de prestação de serviços e tarifas  acima da inflação e diminuição de custos com fechamento de agências e postos de trabalho.  Os três principais bancos privados fecharam 705 agências durante o ano de 2024 e eliminaram mais de 1,7 mil empregos. Não é possível deixar de mencionar o crescente processo de terceirização da categoria que tem arrancado bancários das garantias da CCT e os empurrado para relações de trabalho menos vantajosas. 

Neste sentido, verifica-se que a conjuntura favorável não está alinhada a ampliação de emprego e melhora nos serviços prestados para a  sociedade. O que temos observado é uma categoria com maior intensidade de trabalho e maior grau de adoecimento mental. Por isso, permanecemos na defesa da jornada de 4 dias por semana. Mais uma vez, os bancos mostraram que o setor reúne condições favoráveis para garantir que os ganhos bilionários e ampliação da produtividade, resultante do avanço das tecnologias e da intensidade do trabalho, possam ser compartilhados com os bancários.

O movimento sindical bancário pautou esse debate na mesa de negociação na Campanha Nacional 2024 e na 112a Conferência da OIT porque é urgente discutir o futuro do trabalho e distribuição dos ganhos de produtividade com os avanços tecnológicos com os trabalhadores para beneficiar toda a sociedade e isso é responsabilidade de empresas e governos.

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