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80 anos de libertação de Auschwitz e os perigos da extrema direita de agora

Em 27 de janeiro de 1945 as tropas soviéticas libertaram o campo de concentração nazista; em 2025 o mundo assiste ao retorno do autoritarismo; confira dicas de cinco filmes sobre o holocausto

80 anos de libertação de Auschwitz e os perigos da extrema direita de agora.Em 27 de janeiro de 1945 as tropas soviéticas libertaram o campo de concentração nazista; em 2025 o mundo assiste ao retorno do autoritarismo.Créditos: Fotomontagem Wikipedia e Redes Sociais
Escrito en OPINIÃO el

No dia 27 de janeiro de 1945, há 80 anos, as tropas soviéticas libertaram Auschwitz. Diante da ascensão da extrema direita global neste 2025, a data reverbera uma urgência profunda. Para que nunca mais aconteça, é preciso que nunca se esqueça.

A história nos mostra, porém, que não é recomendado contar com a memória da nossa sociedade neste século 21, com pós-verdades, redes sociais, algoritmos e bilionários mimados. A moda agora é lembrar de acordo com as próprias conveniências e interesses em um mundo paralelo.

Neste sábado (25), por exemplo, o bilionário Elon Musk fez uma aparição surpresa durante o comício do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) em Halle, no leste da Alemanha.

Em seu discurso por videoconferência, Musk afirmou que "crianças não deveriam ser culpadas pelos pecados de seus pais ou bisavós", em referência ao passado nazista da Alemanha, e criticou o que chamou de "excesso de culpa histórica". Uma fala que relativiza a gravidade do esquecimento.

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Auschwitz-Birkenau foi um dos mais emblemáticos campos de concentração e extermínio do Holocausto, onde aproximadamente 1,1 milhão de pessoas, majoritariamente judeus, foram assassinadas. A libertação deste campo simboliza o fim de um capítulo de genocídio sistemático, escravidão e brutalidade inimagináveis.

A lembrança de Auschwitz encapsula lições fundamentais sobre os limites da crueldade humana, a fragilidade das liberdades democráticas e a importância da dignidade humana. Serve como um testemunho das consequências extremas da desumanização e do ódio institucionalizado.

Internacional fascista

A declaração revisionista de Musk tem um contexto histórico alarmante, pois é feita em meio a mais uma crise do capitalismo com o fracasso do neoliberalismo. Está inserida no momento de ressurgimento de movimentos de extrema direita em diversas partes do mundo.

Donald Trump, nos EUA, em um governo do qual Musk participa; Javier Milei, na Argentina; Nayib Bukele, em El Salvador; Marine Le Pen; na França; Benjamin Netanyahu, em Israel; AfD na Alemanha e por aí vai.

Esses grupos promovem nacionalismo exacerbado, xenofobia, racismo e, em alguns casos, revisionismo histórico. Adotam a retórica do medo e do ódio para mobilizar apoio, reminiscente das ideologias que levaram ao Holocausto.

O empoderamento da extrema direita tem implicações diretas para os direitos humanos, a coesão social e a estabilidade democrática ao admitir que seus representantes influenciem políticas públicas, fomentem divisões sociais e minem os valores humanos fundamentais.

Outro exemplo dos perigos da extrema direita foi sentido na pele por brasileiros e brasileiras deportados de forma degradante por Trump neste final de semana.

Neste 27 de janeiro, desde 2005, ano do 60º aniversário da libertação dos prisioneiros nos campos de concentração nazistas, a ONU celebra o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

5 filmes sobre o holocausto

Para não esquecer e nunca mais acontecer, confira cinco filmes para conhecer ou relembrar a história do Holocausto.

“A Vida é Bela” – Apple TV

Quando um bibliotecário judeu de mente aberta e seu filho se tornam vítimas do Holocausto, o homem tem que usar a imaginação para fazer o pequeno acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com a intenção de protegê-lo do terror e da violência que os cercam. É um filme intenso e que mostra as relações dentro dos campos de concentração.

“O Menino do Pijama Listrado” – Netflix

Baseado no livro de mesmo nome, o filme conta a história de dois garotos de oito anos que se tornam amigos. Contudo, um é filho de um comandante alemão e o outro é um menino judeu. A relação de amizade se desenvolve com uma cerca de arames os separando. As consequências dessa amizade trazem desfechos inesperados. O filme retrata a guerra e o Holocausto pelo olhar das crianças.

“Sobrevivi ao Holocausto” – YouTube

O documentário mostra um sobrevivente do Holocausto voltando aos campos de concentração da Alemanha nazista e contando tudo o que viu e viveu. Ele é acompanhado por Marina Kagan, uma jovem brasileira com a mesma idade que Julio tinha quando a Segunda Guerra acabou. Através das conversas conhecemos o que foi o Holocausto nas palavras de quem sobreviveu à barbárie.

“Perdoai-nos as Nossas Ofensas” – Netflix

Nesse curta-metragem passado na década de 1930, um menino do ensino fundamental que tem uma deficiência física no braço direito se torna alvo dos nazistas. Para sobreviver à perseguição constante, ele precisa tomar uma decisão de grande risco.

“O Guarda de Auschwitz” – Prime Video

O filme segue os eventos do Holocausto através dos olhos de um soldado da SS, a organização paramilitar ligada ao Partido Nazista de Adolf Hitler. Quando o soldado começa a trabalhar no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau e fica encarregado de construir uma nova câmara de gás, percebe que está sendo cúmplice de uma grande atrocidade.

 

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