O canal americano CNBC Times chega ao Brasil neste 2024 e terá uma espelhadíssima sede no edifício triplo Berrini One, na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, zona sul de São Paulo. De acordo com o site Notícias da TV, os telejornais serão apresentados nos luxuosos salões do condomínio empresarial que outrora abrigava casamentos e festas da elite financeira paulistana.
Outra grande novidade, daquelas que ninguém nunca colocou em marcha, está na vista panorâmica do distrito financeiro paulistano que será o cenário dos principais programas da emissora importada dos EUA. A linha editorial, outra grande inovação, atenderá aos interesses de Wall Street e dos grandes especuladores do mercado financeiro.
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As redações e toda a estrutura da empresa terão um espaço de mais de 2 mil metros quadrados. Lá em cima, um heliponto com rooftop.
Douglas Tavolaro, que anos atrás foi o responsável pela criação da CNN Brasil, é quem está por trás da CNBC Times Brasil. O acordo com a matriz dos EUA foi firmado em março passado e ainda não há uma data precisa para o início da programação do novo canal. O que se sabe é que a emissora promete tratar de economia e negócios, assim como a matriz, mas acrescentar noticiário sobre política, esportes e entretenimento – incluindo a produção de reality shows, esse gênero televisivo completamente novo por aqui. Realmente imperdível!
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“A empresa terá toda infraestrutura necessária para produzir informação com qualidade. O mais importante é o nosso compromisso com a independência na produção de um modelo de jornalismo que ainda não existe no Brasil”, disse Douglas Tavolaro ao site supracitado.
Entre os nomes que já foram contratados para fazer esse “jornalismo que não existe no Brasil” estão Christiane Pelajo, ex- Globo, a ex-RedeTV Érica Reis e o diretor Rafael Gomide, que ajudou Tavolaro na implementação da CNN por essas bandas.
Sobre economia e finanças, quando houver uma nova polêmica sobre a Petrobrás, por exemplo, o telespectador brasileiro terá mais um meio de comunicação para repercutir os interesses da associação de importadores de combustíveis e não explicar que o fim da Política de Preços com Paridade Internacional tem como objetivo resguardar as economias familiares. Nesse mesmo caso hipotético, teremos um exemplo a mais de manchete malcriada pedindo a cabeça de Jean Paul Prates, o presidente da estatal.
Quando a pauta for internacional, por exemplo o genocídio na Faixa de Gaza, os brasileiros terão mais uma opção de “especialista em Oriente Médio” formado pelo Exército Israelense para explicar o conflito.
Se a pauta for política nacional, haverá mais uma emissora lançando o seu “próprio Paulo Guedes”, com qualquer “Bolsonaro de ocasião”, para defender privatizações de serviços públicos e de setores estratégicos. No caso de uma nova Lava Jato, já sabemos onde encontrar um jornalismo autocongratulatório de “padrão gringo”.
Viva o capitalismo!
Ou como definiu no Xwitter a equipe do excelente podcast Lado B do Rio, da Central3 (esse sim um canal de jornalismo inovador e independente, como a nossa Revista Fórum): “Vem aí mais um canal de jornalismo comandado pelos de sempre, com os mesmos tipos de jornalistas e a mesma linha editorial de todos os outros, mesmo formato e mesmo conceito visual de todos os outros, com o selo gringo. Inovador!”
*Este artigo contém doses de ironia e sarcasmo do início ao fim.