Antes de tudo, é bom lembrar que o apelido Alok de Aparecida do Norte que a internet colocou no padre Fabio de Melo, apesar de engraçado, é uma injustiça. O DJ Alok, verdade seja dita, a despeito de ser uma celebridade do show business, portanto de mundo em que são normais e bem-vindas as celebridades, não costuma ter medo de dizer o que pensa.
Foi assim com o álbum que realizou com 12 etnias indígenas Brasil afora, foi assim na seca da Amazônia, quando doou seu cachê para a população atingida e tem sido assim sempre. Já o padre Fabio de Melo é de outra natureza. Não entra em divididas.
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Levou dias para se manifestar a respeito da brutal perseguição que o padre Julio Lancellotti sofre por políticos de extrema-direita, comandados por um completo canalha, fundador do Movimento Brasil Livre (MBL). E, quando finamente resolveu falar, não disse nada:
"A @arquidiocesedesaopaulo emitiu uma nota oficial para tratar dos assuntos que envolvem a atual situação do @padrejulio.lancellotti. Conheci o padre Julio quando eu ainda era seminarista, na Pastoral Carcerária. Ao longo dos anos, em campanhas específicas, ajudei e divulguei o seu trabalho social. Recentemente falei com ele, prestei minha solidariedade. Neste momento, peço que Deus o fortaleça, que o conduza, e que tudo se esclareça o mais rápido possível".
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Após ser cobrado pelas redes até o limite do insuportável, resolveu falar. Ele começa citando a manifestação da Arquidiocese de São Paulo, uma espécie de Governo do Estado da Igreja Católica. Diz que o órgão emitiu uma nota “para tratar dos assuntos que envolvem a atual situação do padre Julio”. Alto lá, padre. A Arquidiocese não emitiu uma nota para tratar de assuntos, mas sim para condenar a perseguição a Julio Lancellotti e ser dizer “perplexa” com a situação.
O desfilar de amenidades prossegue com Fabio de Melo dizendo ter ajudado a divulgar o trabalho social do colega. Bonzinho ele, não? Ao final de tudo, após alegar ter dado um telefonema de solidariedade ao padre Julio, faz o que religiosos descomprometidos com causas sociais costumam fazer, ou seja, jogar a responsabilidade para Deus:
“Neste momento, peço que Deus o fortaleça, que o conduza, e que tudo se esclareça o mais rápido possível.”
Parafraseando o famoso pároco que gosta de ser celebridade, neste momento, só peço a Deus que dê a ele um pouco que seja da coragem que sobra em Julio Lancellotti.