ROBERTO REQUIÃO

Requião: Moro será cassado, mas tenho pouca chance de concorrer pelo PT

O nome de Requião tem sido citado como um possível candidato do PT, ao lado da deputada federal Gleisi Hoffmann, presidenta do partido

Roberto Requião.Créditos: Eduardo Matysiak
Escrito en OPINIÃO el

O ex-senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião, acredita que o juiz Sergio Moro será cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, por conta das ações movidas contra ele pelo PL e o PT. A data do julgamento ainda não foi definida.

Os dois partidos argumentam que Moro, ao se lançar primeiro candidato ao Planalto e depois cogitar disputar o governo do Paraná, para finalmente sair ao Senado, estendeu indevidamente sua campanha, desequilibrando a disputa com outros candidatos.

Requião acredita que Moro nem deveria ter sido autorizado a se candidatar, uma vez que tentou transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo, no que foi impedido pelo TSE a pedido do PT.

Ainda que o senador tenha força nos bastidores do poder Judiciário, Requião acredita que o TRE-PR não vai correr o risco de ter sua decisão revertida por uma instância superior.

“O Moro foi, no exercício da Magistratura, um instrumento dos interesses do capital financeiro. Depois das revelações da quebra do seu sigilo e tudo mais, ele se comportava como se fosse um agente americano, com a destruição do processo industrial brasileiro, naquela proposta conhecida de transformar o nosso país numa colônia, numa grande fazenda, produzindo commodities para resolver os problemas da Europa, dos Estados Unidos e da China”, disse o ex-senador em entrevista exclusiva à revista Fórum.

Com Moro na corda bamba, a possibilidade é grande de uma eleição suplementar para escolher o substituto em 2024.

O nome de Requião tem sido citado como um possível candidato do PT, ao lado da deputada federal Gleisi Hoffmann, presidenta do partido.

Porém, o próprio Requião não acredita muito na possibilidade de ser o escolhido pelo PT, devido às críticas que tem feito à política econômica de um “amigo”, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e do próprio governo Lula.

“Eu, depois da eleição, fui desprezado pelo PT. O Lula nunca mais falou comigo. Nunca mais. Dez dias antes da eleição, ele me deu um telefonema, que queria falar comigo para discutir a política do Paraná, a política do Brasil”, afirmou o ex-governador. O encontro nunca aconteceu.

Ao mesmo tempo, Requião afirma que, se for candidato, o será “em nome do Paraná e do Brasil”.

Na entrevista, em que gentilmente disparou sua metralhadora giratória contra decisões tomadas por Ciro Gomes, Dilma Rousseff e o governador Ratinho Jr., que chama de Rato, Requião fez uma confidência a este repórter.

“Eu tenho colocado algumas lives no ar. Uma boa parte dos intelectuais do PT me telefona, me estimulam, é isso mesmo, continue. Mas eles não falam publicamente. Eles me estimulam e calam a boca”, contou.

Assista ao vídeo completo da entrevista e leia aqui