“Sou alvinegro da Vila Belmiro”. Como diz o hino, “o Santos vive no meu coração” desde criança. Foi a primeira grande paixão da minha vida e segue sendo importante até hoje, 62 anos depois.
Isso não significa que eu me sinta na obrigação de aturar esse futebol horrível, canhestro e muito, mas muito mal jogado, que o time tem apresentado. Ao contrário dos torcedores organizados e outros tantos mais fanáticos, me reservo ao direito de simplesmente não ir ao estádio.
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Muitas vezes evito até ver os jogos pela TV, quando são transmitidos. Esse time do Santos, que impregna de imundice a memória de Pelé, Coutinho e companhia ltda., não vale o meu tempo e muito menos meu dinheiro.
Mas tudo bem, vá lá que outros pensem de maneira diferente e insistam em tentar incentivar o time, que de glorioso tem hoje apenas a letra de um e seus hinos.
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Penso aqui com meus botões que se esvaziassem de vez o lendário estádio da Vila Belmiro, se não entrasse mais viva alma por lá pra ver os jogos, talvez seus diretores e responsáveis tomassem atitudes mais dignas ao invés de deixar a história do clube, outrora tão vitoriosa, escorrer pelo ralo.
Tudo bem, que vão aos estádios.
Só um detalhe: tão ruim quanto o time de Odair Hellmann, que mais do que tardiamente deixou de ser técnico do Peixe após a melancólica derrota por 2x0 na noite desta quarta-feira (22) para o Corinthians, foi a atitude de parte da torcida na Vila Belmiro.
Torcedor pode vaiar, xingar, aplaudir, chorar, espernear, fazer o que quiser. Só não pode provocar agressões e outras confusões, não pode fazer o que foi feito nesta quinta-feira, logo após o jogo: atirar rojões contra os jogadores, tanto os do Santos quanto adversários.
O resultado dessa atitude, como andam prevendo comentaristas e jornalistas, deverá ser a interdição do estádio. O que já estava ruim, portanto, vai ficar bem pior e o alvinegro praiano, de tantas outras glórias, vê seu buraco sem fundo se abrir cada vez mais.
A postura de parte da torcida do Santos, que é consequência e não causa, entra para um longo arquivo de violências. Ele é decorrência de uma fileira de outras atitudes históricas que têm colaborado – ao lado da corrupção de diretorias, tramoias em apostas entre outras – para transformar o futebol brasileiro no lixo a que tem sido relegado.
O torcedor tem muito mais força do que imagina. E, volto a dizer, não é quebrando estádios ou atirando fogos que vai mostra-la. O melhor mesmo, insisto, é deixar os estádios vazios e desligar as TVs, com seus times medíocres jogando para ninguém e sem faturamento.
Quem sabe só assim, do zero e com vergonha na cara, a paixão renasce e o futebol ressurge.