Foi bonita a festa, pá. Fiquei contente. Mas, agora falando sério, Chico Buarque de Holanda merecia mais. Muito mais do que a festa imodesta que ganhou de Portugal pelo seu Prêmio Camões.
Tinha que ir além da feijoada completa. Talvez combinar tudo com um fado tropical para suas meninas Luísa, Sílvia, Helena, Januária, Joana Francesa, Beatriz e a Rita.
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Uma folia de virar folhetim e, ao mesmo tempo, almanaque. Futuros amantes nunca mais se esqueceriam dessa noite ao som de baioque tocado pela banda. Com o povo se despedindo da dor, numa roda viva, sem estorvo. Bebendo do cálice, sem nenhum cale-se.
Chico Buarque da Mangueira merecia mais. Devia ganhar uma construção de açúcar, com afeto. Regada à cerveja estupidamente gelada prum batalhão. Um forrobodó, um circo místico interpretando Jorge Maravilha. A Sanyo garantindo o som, a Warner gravando, a Globo passando, a GE iluminando e a Macintosh entrando com o vatapá. E quando ele fosse adormecer, cansado de tanto mar, que todos se retirassem com pés de lã.
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E, apesar de você (você, monstro da lagoa de Rio das Pedras), a quem nós vamos cobrar com juros, juro, amanhã vai ser um novo dia. Um tempo da delicadeza, em que a fumaça de óleo diesel não sujará mais nenhum diploma. Pois agora, não há francamente, motivo pra se injuriar assim.
Bye bye Brasil do blues da bancarrota. Bem-vindo de volta, Chico Buarque de Holanda e de Sintra. Deus lhe pague.