OPINIÃO

Carnaval 2023 é festa da democracia

A festa popular do Brasil está de volta depois de dois anos de restrições impostas pela Covid-19 e conta agora até com o coro "Olê, Olá... Lula" nos blocos, como no Acadêmicos do Baixo Augusta, em São Paulo

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O Carnaval está de volta, com o alívio de uma pandemia controlada por conta das vacinas e de um país que escolheu a democracia ao eleger Lula para seu terceiro mandato. O Carnaval deste ano tem um gosto especial para o campo democrático e progressista. Imagine como seria melancólico se em uma festa tão plural e alegre se estivéssemos sob um segundo governo de Jair Bolsonaro? Um governo que não valorizava a cultura, a diversidade nem a alegria do povo brasileiro. Felizmente, agora é hora de entrar na folia com gosto da democracia. 

É impressionante o que mudou no País em apenas quase 50 dias, como bem reconheceu a jornalista Míriam Leitão, que viralizou nas redes por conta de um comentário sobre esse início de governo Lula. “Em um mês e meio aconteceu muita coisa, e muita coisa pra melhor”. O governo Lula conseguiu derrotar um golpe, mostrou que não tem anistia para golpista, trouxe à tona a tragédia vivida pelos Yanomami, colocou o foco no combate ao garimpo ilegal e ao desmatamento, anunciou a retomada de programas essenciais como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família, aumentou as bolsas de pesquisadores, mostrando que a ciência é prioridade, não mais o negacionismo, combateu o armamento desenfreado incentivado por Bolsonaro, entre tantas pautas positivas. 

É óbvio que os desafios para o novo governo Lula serão imensos. São 33 milhões de pessoas com insegurança alimentar, segundo dados da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), a economia precisa melhorar e há risco de recessão, mas Lula já mostrou que está ganhando o debate de que é preciso baixar as taxas de juros para o Brasil voltar a crescer. Segundo pesquisa Quaest, divulgada nesta semana, 76% dos brasileiros acreditam que Lula está certo em forçar a queda da taxa de juros, enquanto apenas 16% acreditam que o presidente está errado. Outros 8% não sabem ou não responderam. 



A mudança entre o governo Bolsonaro e o de Lula se reflete até no pronunciamento, na véspera do Carnaval, da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Com linguagem inclusiva, a ministra ressalta que, após dois anos das restrições impostas pela Covid-19, voltaram o “amor, a inclusão, o respeito ao próximo e a diversidade de gênero e orientação sexual. Voltou o combate ao preconceito, ao racismo e à discriminação de todas as formas”. E dá o recado: “Nesse momento de celebração, devemos ter responsabilidade. Use camisinha, elas estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde do Brasil. Previna-se contra as IST, complete o esquema vacinal e celebre com proteção”.

E para completar ainda temos a primeira-dama Janja alertando para o combate à violência sexual nestes dias de festa. "A gente sabe que os dias de carnaval são os dias que nós mulheres sofremos o maior número de assédios, de importunação sexual. E eu estou aqui para contar para vocês que o Ministério das Mulheres, conduzido pela ministra Cida Gonçalves, trabalhou muito nesses últimos dias para reestruturar o 180 que estava totalmente desmobilizado. O Ligue 180 é aquele número que nós mulheres devemos ter sempre em mente, temos que gravar esse número para quando sofrermos algum tipo de violência. No Carnaval, se você vir alguma mulher sofrendo algum tipo de violência ou se você for a vítima acione o 180.”  E é sempre bom lembrar: não é não!