A estética bolsonarista é fascista. Esta afirmativa é corrente desde a ascensão deste grupo ao poder no Brasil. Elementos para isso são inúmeros. O fascismo no seu conceito político é uma a ideologia política que prega atingir o bem comum, defende que a sociedade deve ser compacta, unida. Faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais. Geralmente é composto por um governo autocrático e centralizado na figura de um ditador. Alimenta-se do medo e da sensação de corrupção generalizada. Glorifica o nacionalismo, e a crença que a pátria está acima de tudo. Na busca da legitimidade, combate ao socialismo e ao comunismo. Tem pouco ou nenhum apreço aos partidos políticos.
No crepúsculo do governo Bolsonaro, este fenômeno está escancarado. Não só pelos slogans da campanha do presidente “Deus, pátria, família”, lema que também era usado pelo Integralismo, movimento político de extrema direita, fundado por Plínio Salgado na década de 1930 e conhecido como o fascismo brasileiro. Mas por propaganda de apoiadores do capitão expulso do exército.
Pipocam por todo o país propagandas fazendo referência a grupos raciais e à campanha do Bolsonaro. Nesta sexta-feira (16), em uma das ruas centrais da cidade de Blumenau (SC), foi visto um outdoor com estampado de camisa verde e amarela, com os dizeres “sou da Cuscuz Clan".
Trata-se de uma referência à organização terrorista Ku Klux Klan (KKK), fundada no final do século 19 nos Estados Unidos. Torna ainda mais temerária a manifestação de apoio à campanha de Bolsonaro desta forma em Blumenau porque o município é conhecido nacionalmente por possuir apoiadores e simpatizantes do fascismo.
Segundo pesquisas da doutora em antropologia pela UNICAMP Adriana Dias, há em Santa Catarina pelo menos 69 células nazistas com mais de três integrantes. Entre estes grupos há três que se identificam como seções locais da Ku Klux Klan, destes, dois estão em Blumenau. A Justiça Eleitoral já foi acionada para retirar a placa do local.
