Desesperado com o resultado das pesquisas eleitorais, em especial com o alto grau de rejeição - acima de 50% - que inviabiliza a tentativa de reeleição, Jair Bolsonaro (PL), tem feito um balão de ensaio para colocar em prática uma estratégia que servirá como teste para um eventual golpe, caso seja derrotado por Lula (PT) em outubro: a reedição do ato de 7 de Setembro.
O "apito de cachorro" - tática da ulradireita fascista para incitar grupos radicais - foi feita por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha e um dos idealizadores da ideia, em entrevista à CNN na noite de quarta-feira (8), que falou que o dia 7 de Setembro deste ano “será uma grande manifestação popular”, para que o país entenda mais uma vez “de que lado o povo está”.
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A declaração repete o discurso de Bolsonaro em 2021, quando voltou atrás após chamar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de "canalha" em ato na Avenida Paulista.
"Não é um membro do Judiciário que tem que brigar por isso. Mas as próprias pessoas estão se vendo motivadas a irem para a rua no 7 de Setembro esse ano, exatamente para somar a esse grito de socorro que o presidente Bolsonaro está dando para a população", disse Flávio, indagando em seguida: "O que é que dá razão para a pessoa ir para a rua no 7 de Setembro? É o Bolsonaro ou são essas poucas pessoas do Supremo?”.
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A estratégia passa por reeditar a pauta das suspeitas de fraude nas urnas eletrônicas - que está sendo costurada por Bolsonaro e Walter Braga Netto junto à cúpula militar, com a adesão do ex-comandante do Exército, Paulo Sergio Nogueira, atual ministro da Defesa - e relacionar Edson Fachin, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e Moraes, que presidirá à corte em outubro, a um plano obscuro para eleger Lula.
“A gente percebe quando um governo com o perfil do governo de esquerda como o PT volta ao poder eles querem vingança", disse Flávio.
“Então, prender alguém, um ex-presidente por atos antidemocráticos tem alguma similaridade com o que tá acontecendo aqui no Brasil ou não tem?", emendou, já prenunciando o que aconteceria caso o pai tivesse que deixar a Presidência.
Até lá, Bolsonaro voltará a esticar a corda contra Fachin, Moraes e o TSE. E conta com os militares para isso - a exemplo do ofício de Nogueira à corte divulgado nesta sexta.
Assim como Flávio já prenunciou, o clã presidencial sabe qual pode ser seu destino em um futuro próximo, caso Bolsonaro não seja reeleito. E por isso aposta todas as suas fichas no 7 de Setembro. Só assim, pode dar um golpe e evitar o provável resultado das urnas em outubro.