O músico grego Evangelos Odessey Papathanassiou, conhecido como Vangelis, partiu na última terça-feira (17), aos 79 anos, de acordo com informações da agência de notícias Athens News dias depois.
Vangelis é daqueles casos em que a música se tornou mais conhecida do que o artista. Mais ainda, suas trilhas, em alguns casos, se tornaram tão ou mais conhecidas do que os filmes para os quais foram feitas.
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O músico apareceu para o mundo em 1968 como integrante da banda de rock progressivo Aphrodite's Child, ao lado do cantor Demis Roussos. Nunca ficou confortável com o sucesso e tampouco com o papel de astro pop. Passou a viver recluso em um estúdio em Londres, onde gravou vários álbuns.
Entre eles, um dos mais famosos é a trilha do filme vencedor do Oscar de 1982, "Carruagens de Fogo". Até hoje, é muito difícil e improvável uma competição esportiva em que não toque seu tema durante a premiação dos vencedores.
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Vangelis se tornou, para além das trilhas que o eternizaram, um precursor da música eletrônica que não faz parte do mundo das pistas de dança. Ao lado de outros músicos, como Jean Michel Jarre e a banda alemã kraftwerk, compôs álbuns excelentes e multiplicou as possibilidades das melodias compostas com e para sintetizadores.
Ao lado do cantor e compositor Jon Anderson, conhecido por sua trajetória na banda britânica de rock progressivo, fez vários álbuns que merecem destaque como “The Friends of Mr. Cairo” e “Short Stories”.
Em uma trajetória tão longa e repleta de acertos é difícil destacar este ou aquele projeto. Um deles, no entanto, para além da trilha de "Carruagens de Fogo" é, sem dúvida alguma, a trilha para o filme “Blade Runner”, no Brasil “O caçador de androides”, do diretor britânico Ridley Scott.
Trata-se de um caso raro em que música e filme marcaram intensamente o tempo em que foram realizados. Tanto um quanto outro são providos de muita elegância e beleza ao retratar um futuro distópico povoado por seres fabricados através de engenharia genética.
Talvez apenas “2001, uma odisseia no espaço”, de Stanley Kubrick, lançado em 1968, com trilha de autores como Richard Strauss, György Ligeti, Johann Strauss, Aram Khachaturian tenha a mesma simbiose certeira entre música e filme.
Um dos últimos projetos de Vangelis foi o álbum “Nocturne”, em que executa várias de suas composições apenas ao piano. Um belo e tranquilo legado, tanto de compositor quanto de instrumentista.
Tratado por certa parte da crítica como um autor menor, ligado ao movimento New Age, Vangelis foi maior do que isso e merece seu lugar na história da música pop.