Lula é o único candidato cuja campanha dialoga, se articula e é construída na relação direta e interativa com os movimentos e entidades do mundo do trabalho e do campo popular.
Estamos ainda em uma etapa de montagem das alianças políticas e partidárias, que exige tempo para as articulações e busca de convergências políticas. No entanto, o presidente Lula participou de um grande evento com a comunidade universitária na UERJ, Rio de Janeiro. Um ato com muita emoção com ele sendo apoiado por importantes líderes internacionais.
Na última semana, Lula esteve no Acampamento Terra Livre dos povos indígenas e em uma plenária com todas as centrais sindicais do país. Paralelamente, no campo das articulações políticas, a federação partidária entre PT, PCdoB e PV foi aprovada, bem como a aliança política com o PSB, que indicou Geraldo Alckmin como candidato a vice-presidente da chapa.
O esvaziamento da chamada terceira via está revelando que importantes setores do centro político democrático já estão engajados no apoio a Lula, ainda com alguma chance de novas alianças partidárias.
O Acampamento Terra Livre, após dois anos de pandemia, reuniu mais de 7,5 mil representantes de 200 povos indígenas que voltaram a ocupar as ruas de Brasília, com o maior número de participantes do encontro nos 18 anos de movimento. Tal expressão maior dos povos originários colocou na pauta a luta contra os retrocessos do desgoverno Bolsonaro, que vem enfraquecendo os órgãos e as políticas de defesa ao meio ambiente e proteção aos povos indígenas.
Os povos indígenas também se posicionaram contra as milícias rurais, o garimpo, a extração ilegal de madeira e o agronegócio predatório e ultrapassado de exploração unilateral e desmedida dos recursos naturais, que muitas vezes invadem ilegalmente os territórios indígenas já demarcados.
As reivindicações do acampamento envolvem ainda a retomada dos processos de demarcação das terras indígenas, bem como a rejeição ao Projeto de Lei 191/2020, que libera a mineração e outros empreendimentos em terras indígenas, e a preservação dos direitos dos povos isolados e da identidade e da cultura indígenas. O governo Bolsonaro é o primeiro, desde a redemocratização do Brasil, a não demarcar nenhuma terra indígena. E não só estimula, mas é aliado explícito das atividades ilegais e predatórias em terras indígenas.
Para piorar o cenário, na última semana vieram à tona denúncias de violações dos direitos do povo Yanomami, como violência, opressão, abusos sexuais e tomada de terra, por parte de garimpeiros ilegais em Roraima. Relatório da Hutukara Associação Yanomami apontou que o garimpo naquela terra indígena cresceu 46% em 2021, depois de já ter aumentado 30% no ano anterior. Há relatos da criação de vilas internas de garimpeiros ilegais dentro da maior área indígena do país.
É fundamental preservar os direitos dos povos indígenas, mas é importante ressaltar também que os territórios são fundamentais para a proteção de nossos biomas e nossa biodiversidade, em especial na Amazônia. Um levantamento da MapBiomas mostra que, entre 1985 e 2020, as áreas mais preservadas do Brasil foram as terras indígenas. Nesses territórios, o desmatamento foi de apenas 1,6%, no período de 35 anos.
No acampamento, Lula foi ovacionado, ouviu intervenções poderosas, com depoimentos dramáticos sobre os ataques e a resistência dos indígenas e abraçou as demandas dos povos originários. Ele recebeu apoio aberto e entusiasmado para sua nova candidatura presidencial e uma carta aberta com demandas dos povos indígenas.
O ex-presidente defendeu a autonomia indígena sobre suas terras, assumiu o compromisso de que todas as iniciativas em territórios indígenas passariam pela consulta e anuência prévia das comunidades e anunciou a criação de um ministério para tratar dos interesses indígenas. Além disso, propôs a criação do “Dia do Revogaço” para pôr fim a decretos e agressões patrocinados pelo governo Bolsonaro, completamente insensível às demandas dos povos originários.
Nos governos do PT, foram homologados 22 milhões de hectares em 108 terras indígenas. E instaladas mesas de negociação entre indígenas e agricultores para reduzir conflitos. A luz elétrica chegou a 30 mil famílias indígenas, além de 342 médicos para 34 distritos de saúde indígena. Outras importantes conquistas foram a entrega de 3 mil escolas indígenas, a escolarização bilíngue, a lei de cotas e as mais de 16 mil bolsas universitárias a estudantes indígenas.
É esse Brasil civilizado, acolhedor, solidário e soberano que Lula representa. Por isso, a fala de Lula no acampamento foi destaque nas principais agências de notícias do mundo, enquanto importantes entidades da sociedade civil se uniram para denunciar à OCDE retrocessos climáticos e ambientais, no combate à corrupção e na ameaça à democracia do desgoverno Bolsonaro.
Na mesma semana, Lula participou de um evento com todas as centrais sindicais, que realizaram a Conferência da Classe Trabalhadora, a Conclat, unificando a pauta legislativa e judiciária do movimento sindical e definindo as prioridades para as lutas dos trabalhadores. Também ovacionado, Lula propôs uma ampla negociação tripartite para uma nova legislação trabalhista, que resgate os direitos dos trabalhadores, permita o fortalecimento dos sindicatos e estabeleça um novo padrão de negociação coletiva. Além disso, defendeu uma reforma tributária justa e solidária, com a taxação progressiva da renda.
Agora, sustentado por uma frente ampla e democrática e por um projeto inovador e portador de futuro, Lula recolocará nosso país no caminho do desenvolvimento sustentável, da estabilidade e da justiça social. Essa liderança, que não é só do PT ou de um determinado segmento da nossa sociedade, mas de todo o povo brasileiro, é a esperança que reconstruirá e fará de novo do Brasil um país de todos e de todas.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum.