O candidato derrotado na eleição à prefeitura da cidade de São Paulo Márcio França (PSB) declarou em entrevista a Joelmir Tavares na Folha de S. Paulo que perdeu porque Bruno Covas ocupou o espaço do centro e revelou que o governador do Maranhão, Flávio Dino, hoje no PCdoB, pode estar de mudança para o PSB.
França também avalia que a ida de Guilherme Boulos (PSOL) ao segundo turno foi uma "estratégia tucana", pois, o candidato do PSOL era uma "presa fácil".
"Se eu fosse para o segundo turno, seria um desastre para eles, entraria no eleitorado de todos os lados", analisou França.
Em 2018, Márcio França foi ao segundo turno da disputa pelo governo estadual de São Paulo contra o atual governador, João Doria (PSDB). À época, França teve 3,3 milhões de votos na capital. Neste ano, terminou o pleito em 3º lugar com 728 mil votos. França minimiza essa diferença e faz uma análise realista desses votos.
"No segundo turno (2018) as pessoas não votaram em mim. Votaram contra o Doria. O voto não era meu", disse França.
França também afirmou que está "consolidado" no papel de anti-Doria em São Paulo. "Enquanto houver um Doria, haverá um anti-Doria em São Paulo. E hoje eu estou consolidado (nesse papel), não é alguém do PT, nem Bolsonaro".
Costuras para 2022
Sobre a disputa presidencial em 2022, Márcio França afirmou que Doria, Ciro Gomes (PDT) e Bolsonaro estão consolidados como pré-candidatos.
Quando questionado sobre as alianças para 2022, Márcio França deixa a possibilidade de uma chapa presidencial com Alexandre Kalil (prefeito de Belo Horizonte, pelo PSD, reeleito no primeiro turno com 63,36% dos votos) e Cid Gomes (senador pelo PDT) na vice.
Ao analisar os vitoriosos da eleição 2020, França indica três: Kassab, Doria e Ciro. Também destaca a importância de Gilberto Kassab para 2022.
"O Kassab botou uma candidatura em São Paulo sem chamar muita atenção (Andrea Matarazzo) e sem brigar com ninguém. E foi muito bem no estado e no Brasil. Ele é um player nacional relevante, está descolado do centrão. Além disso, percebo o Kalil como uma estrela em ascensão, é ligado ao Kassab e amigo do Ciro. Vejo nisso aí uma certa chance, um certo alinhamento", analisa.
Em seguida, França diz que Kassab não tem simpatia pela aliança PSDB-DEM. "Se o Kassab faz um movimento como esse, rumo ao Ciro, seria importante. Sinto que o Kassab não tem simpatia pela engenharia PSDB-DEM. Conheço o jeitão dele. Ele não tem nada a ver com o Doria também. Ele é rival do DEM", disse.
Para França outro personagem importante para 2022 é Flávio Dino. "Há um papel importante agora que vai ser jogado pelo Flávio Dino que está de mudança", revela França, que é questionado pela reportagem da Folha se o governador do Maranhão está de mudança para o PSB.
"Acho que sim. Sou muito amigo do Flávio. Ele é brilhante. Foi o melhor deputado que eu conheci em Brasília. O movimento dele vai ser o mais importante dos próximos dias. O PCdoB está com um problema (cláusula de barreira). Ou eles migram para algum canto ou vão ser diluídos", revelou França.
Por fim, Márcio França afirma que Doria e Bolsonaro não são preparados para serem presidentes, mas que Doria é um adversário perigoso. França dá a entender que Ciro Gomes é o melhor quadro à disputa presidencial em 2022.
Márcio França diz que Flávio Dino está de mudança para o PSB
Márcio França ainda lança a chapa Alexandre Kalil presidente e Cid Gomes de vice e diz que Kassab será decisivo na eleição de 22
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