De acordo com dados do Ministério da Defesa (MD), a Força Aérea Brasileira (FAB) tinha 13,78% de seu efetivo total formado por mulheres em 2012, majoritariamente em postos relacionados à saúde, à logística e à manutenção de materiais bélicos.
Em 2014, em vista da carência de mulheres em posições de táticas e de comando, o MD instaurou uma comissão de gênero a fim de estimular um maior protagonismo feminino no quadro da FAB, como apontam estudos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica de São José dos Campos - SP.
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As ações do programa foram definidas pelo Plano Nacional de Políticas para Mulheres (PNPM), que atuou de 2013 a 2015, e tinha como objetivo "a efetivação do direito das mulheres e da igualdade de gênero no exército".
Depois do programa, dados do MD para o ano de 2021 apontavam para um contingente feminino um pouco maior, de 19,23% — o equivalente a 12.538 — de mulheres na FAB (cujo número total de militares somava 360 mil).
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A primeira turma de aviadoras da Força Aérea Brasileira (FAB) data de 2003, mas só em 2020 uma mulher foi promovida, pela primeira vez, a um posto de oficial-general — a major-brigadeiro médica Carla Lyrio Martins.
Foi na primeira turma para mulheres aviadoras da FAB, surgida há 22 anos (em 2003), que a major aviadora Joyce de Souza Conceição se formou. Agora, em 15 de janeiro de 2025, Joyce se transformou na primeira major vviadora a comandar um Esquadrão da FAB: ela é a atual comandante do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1°/1° GT), denominado Esquadrão Gordo, com sede no Rio de Janeiro, informa o órgão militar brasileiro.
Ela, aliás, coleciona primeiras vezes: também foi a primeira mulher brasileira a pousar na Antártica, em 2016; e, quatro anos antes, foi a primeira aviadora brasileira a pilotar o cargueiro C-130 Hercules, em 2012.
"A nomeação da Major Joyce para o Comando do 1º/1º GT é o reconhecimento de sua capacidade de liderança, competência técnica e comprometimento com as missões da Instituição", diz uma publicação da FAB.
O Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte, liderado por ela, é especializado em operações logísticas, como o transporte de tropas, cargas e suprimentos em missões de apoio humanitário, defesa e resgates.
O esquadrão opera um KC-390 Millennium, o avião cargueiro de grande porte mais promissor da Embraer, que disputa o favoritismo num mercado com prêmio que pode chegar a R$ 300 bilhões e já foi incorporado por diversos países da OTAN e da União Europeia.
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"Ser escolhida para comandar o Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte, o Esquadrão Gordo, foi uma grande emoção, e me senti muito grata por esse reconhecimento da Força Aérea ao meu trabalho", conta a Major Joyce. "A Unidade que irei comandar é uma das mais operacionais e realiza inúmeras missões de relevância para o país, sobretudo em momentos de crise, como foi demonstrado em sua participação na Operação Taquari II em 2024, após as enchentes no Rio Grande do Sul".
A Operação Taquari II se iniciou em 30 de abril de 2024, para assistir à população do Rio Grande do Sul em meio às enchentes no estado. Foram realizados pela FAB, à época, resgates, voos comerciais de passageiros e transporte de ajuda humanitária, a partir da Base Aérea de Canoas (BACO).