AGOSTO LILÁS NA FÓRUM

Filmes e séries nacionais que abordam violência contra a mulher

Confira dicas de produções audiovisuais brasileiras que contam histórias e promovem debates sobre violência contra a mulher

Créditos: Getty Images/iStockphoto
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A violência contra a mulher é um tema que envolve pessoas de todos os gêneros, classe sociais, etnias, orientação sexual ou opções políticas. É uma questão que diz respeito à toda a sociedade brasileira. Para abordar vários aspectos desse tema, a Fórum publica uma série especial de reportagens que será veiculada ao longo deste mês.

Entrevistas com autoridades, parlamentares, ativistas, pesquisadores e estudiosos sobre as diversas facetas da violência contra a mulher: doméstica, sexual, obstétrica, política, patrimonial, psicológica e moral; dicas de livros, séries e filmes; pesquisas, estudos e levantamentos.

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Filmes e séries nacionais sobre violência contra a mulher

A abordagem da violência contra as mulheres e o feminicídio sempre esteve presente no mundo do entretenimento, muitas vezes incorporados com elementos do machismo. Nos últimos anos, a crescente conscientização sobre essa forma de opressão levou o tema a ser discutido para promover debates e conscientizar quem enfrenta esse tipo de situação ou que tem contato com vítimas desse tipo de abuso.

Assistir essas produções pode ser um desafio, já que tratam de tema complexo e repleto de várias formas de violência, mas que não deve ser ignorado. Por isso, os criadores, diretores e roteiristas têm se empenhado em incorporar a temática da violência contra as mulheres em narrativas envolventes e bem elaboradas, seja em obras que focam inteiramente no tema ou que o mencionam em episódios específicos, a fim de proporcionar uma experiência completa, além de educativa.

Tendo isso em mente, a Fórum selecionou 10 produções que de formas diferentes abordam tanto a violência física quanto psicológica contra as mulheres.

1. "Coisa Mais Linda"

Divulgação Netflix - Coisa Mais Linda

A série brasileira original da Netflix, "Coisa Mais Linda", retrata as décadas de 1950 e 1960, épocas que não eram favoráveis às mulheres e evidencia o machismo arraigado daquele período. A trama aborda uma situação particularmente séria envolvendo a personagem Lígia, interpretada por Fernanda Vasconcellos. Lígia aparenta ter um casamento perfeito, porém enfrenta uma realidade angustiante. Seu marido não apenas a impede de perseguir seus sonhos, mas também é constantemente agressivo e violento quando está embriagado.

A história da personagem,reflete, infelizmente, uma realidade comum, na qual ela chega a acreditar que as atitudes abusivas do marido são resultado de algo que ela fez ou culpa dela, uma justificativa que nunca deveria legitimar qualquer forma de agressão. O desenrolar da série revela a trágica e chocante conclusão da primeira temporada, alertando para as possíveis semelhanças com casos reais.

2. Bom Dia, Verônica

Divulgação

"Bom Dia, Verônica", outra produção nacional na Netflix já tem duas temporadas disponíveis e a terceira já anunciada para estreia em 2024. A trama da temporada de estreia, com oito episódios, mescla a narrativa de um serial killer com o tema da violência doméstica. Na história, Tainá Müller assume o papel de Verônica, uma escrivã da delegacia de homicídios de São Paulo. Ela se vê incapaz de ignorar um caso que envolve uma mulher cuja vida foi destroçada por um predador oportunista, especialmente quando o sistema falha em lhe dar a devida atenção.

Enquanto Verônica se empenha em auxiliar as vítimas desse desconhecido, ela também se dedica a salvar a vida de Janete (interpretada por Camila Morgado), uma mulher submetida a abuso psicológico pelo marido, Brandão (vivido por Eduardo Moscovis). Brandão não apenas a mantém em cativeiro em sua própria casa, mas também é um assassino em série que escolhe jovens mulheres como alvo e força Janete a participar do processo macabro.

3. Não Foi Minha Culpa

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A série "Não Foi Minha Culpa", lançada em 2022, narra situações de violência física, verbal e sexual contra mulheres brasileiras. Cada episódio traz uma história diferente, com personagens, motivações e finais que, assim como na vida real, não são nada animadores.

Todos os anos, durante quatro dias, os brasileiros dão uma pausa na realidade e vivem plenamente suas fantasias. Para o mundo, essa é a representação perfeita do Brasil e de sua tolerância racial, liberdade sexual, cordialidade e da exuberância artística. Mas por trás dessa imensa felicidade, se esconde uma nação desigual, racista, machista, classista e violenta.

A prova disso são seus índices alarmantes de feminicídio: um caso de agressão à mulher é registrado a cada quatro minutos. Em meio a lantejoulas e à violência, o carnaval é o ponto em comum e o elo temporal de dez protagonistas com histórias inspiradas em fatos reais. Com liberdade cronológica para o passado e o futuro, as histórias mostram as contradições de um povo, enquanto revelam sentimentos e conflitos universais, explorando as contradições culturais do país do carnaval.

A produção também reforça a importância de mecanismos de defesa das mulheres, como a Lei Maria da Penha, que completa 17 anos em 2023. Disponível na Star Brasil.

4. Silêncio das Inocentes

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O documentário “Silêncio das Inocentes” mostra como se processa no Brasil a aplicação da Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, considerada uma das três leis mais completas do mundo no gênero.

A lei leva o nome da bioquímica e farmacêutica cearense, que ficou paraplégica após ser baleada pelo marido e pai de suas três filhas. Através de vários depoimentos de vítimas e especialistas, o filme apresenta o cotidiano das vitimas de violência doméstica.

Dirigido por Ique Gazzola, o documentário pretende ampliar a visibilidade desta triste situação enfrentada pelas mulheres, além de promover o debate e a reflexão sobre o tema. A proposta é contribuir para que esse discurso seja fortalecido a fim de ajudar a transformar a realidade. 

5. Vidas Partidas (2016)

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O brasileiro Vidas Partidas conta a história de Graça (Laura Schneider) e Raul (Domingos Montagner), um casal que se apaixona perdidamente e se envolve em uma relação ardente. Eles se casam e têm duas filhas, até que Raul, aos poucos, torna-se agressivo e possessivo com a esposa. O longa aborda com franqueza incômoda e profundidade surpreendente o drama da violência doméstica, que aflige o cotidiano do país e da sociedade moderna.