A ministra Cida Gonçalves, que comanda o Ministério das Mulheres, fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite desta terça-feira (7), para marcar o Dia Internacional das Mulheres, celebrado no dia 8 de março.
O governo Lula criou um ministério próprio para as mulheres e, assim, deu mais poder à pasta para a criação de políticas públicas voltadas à população feminina. No governo Bolsonaro, havia somente um ministério que agregava ainda outra pasta, a dos Direitos Humanos, que agora também é um ministério independente - tratava-se do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que foi comandada por Damares Alves.
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Em seu pronunciamento, Cida Gonçalves celebrou a "volta de um governo que respeita e reconhece o papel" das mulheres na "união e reconstrução do país".
"Somos trabalhadoras, estudantes, aposentadas, meninas, adultas e idosas. Somos negras, indígenas e brancas. Mulheres com deficiência. Somos LGBTQIA+, vivemos no campo e na cidade, somos muitas e aprendemos desde cedo que precisamos lutar todos os dias para sermos respeitadas", disse na abertura de sua fala.
Na sequência, a ministra destacou políticas que o atual governo já vem adotando para valorizar e respeitar as mulheres.
"Pela primeira vez, em mais de 200 anos de história, uma mulher comanda o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal também é presidida por uma mulher e as mulheres chefiam nada menos que 11 ministérios em Brasília. Também pela primeira vez temos um ministério inteiramente dedicado às políticas para as mulheres, o Ministério das Mulheres. O governo que nos respeita também trabalha para que todos nos respeitem, em todos os espaços que ocupamos: a escola, a comunidade, o trabalho, a política e também a nossa própria casa".
Cida Gonçalves ainda expôs números que evidenciam a violência contra as mulheres e anunciou medidas para combater o problema.
"Em pleno 2023 não é admissível que o país registre um feminicídio a cada 7 horas e um estupro a cada 10 minutos. Isso tem que parar. Para cuidar das vítimas e fortalecer o combate a essas barbáries, estamos reconstruindo a Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180. Nesse telefone, é possível registrar denúncias contra qualquer tipo de violência de gênero, e receber informações e orientações sobre como proceder em situações desse tipo. A ligação é gratuita de qualquer lugar do país e o serviço funciona 24 horas por dia".
"Retomamos o programa Mulher Viver Sem Violência, com a implementação de 40 Casas da Mulher Brasileira, e serviços de atendimento, onde as mulheres serão acolhidas. Essas casas e serviços serão um porto seguro para as mulheres justamente na hora em que elas mais precisam de cuidado e proteção. Lá elas poderão contar com assistência psicossocial, saúde, segurança pública e acesso à Justiça. Além disso, começamos a distribuir 270 viaturas para as Patrulhas Maria da Penha e delegacias especializadas de todos os estados brasileiros".
A ministra também tratou da questão das mulheres no mundo do trabalho.
"Hoje, trabalhadoras que exercem as mesmas funções que os homens recebem salários 30% menores. Acabamos de apresentar ao Congresso Nacional um projeto de lei para proibir essa discriminação: se o trabalho é igual, o salário também tem que ser igual. Nada mais justo. O presidente Lula também assinou um decreto segundo o qual toda a empresa contratada pela administração pública federal deverá reservar 8% de suas vagas para as trabalhadoras vítimas de violência. Por fim, seguiremos atuando com mais um conjunto de pactos e medidas contra o assédio sexual e moral no trabalho".
Assista à íntegra do pronunciamento