O serviço de utilidade pública Disque 180, que faz parte da Central de Atendimento à Mulher, registrou 461.994 atendimentos entre janeiro e novembro de 2023, número 84% maior do que as denúncias registradas no mesmo período em 2022. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo Ministério das Mulheres.
A média de atendimentos diários é em torno de 1.525 ligações. Um dos motivos do aumento exponencial pode ser justificado pela campanha social "21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra A Mulher", promovida pelo Conselho Nacional de Justiça, que teve início em 20 de novembro.
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Do número total de ligações para o Disque 180, 51.941 se tratam da própria mulher em situação de vulnerabilidade que efetuou a solicitação de atendimento. O estado brasileiro com mais incidência da violência de gênero é São Paulo (22,26%), seguido do Rio de Janeiro (17,12%) e de Minas Gerais (10,17%).
As mulheres negras e indígenas são as mais vitimadas por situações de violência, de acordo com os registros do órgão, totalizando mais de 32,1 mil denúncias efetuadas por elas.
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Violência de gênero é mais cruel com mulheres negras
No último dia 25 de novembro, foi comemorado o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres e, diante do mês da Consciência Negra, é ainda mais importante discutir sobre como a sociedade ampara as mulheres e, principalmente, aquelas que fazem parte de segmentos minorizados.
A quarta edição da pesquisa “Visível e Invisível: A Vitimização das Mulheres no Brasil”, realizada pelo Datafolha após solicitação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que a porcentagem de violência física sofrida por mulheres negras é consideravelmente maior do que por mulheres brancas.
39,6% das entrevistadas que se identificam como brancas passaram por esse tipo de abuso, contra 45% das mulheres que se autodeclaram negras. Além disso, mais da metade das mulheres negras sofreram casos de violência física severa, quando comparadas às mulheres brancas.