ESTUPRO

Mulher estuprada por anestesista fala pela primeira vez: “saí pelos fundos do hospital”

Ela também comentou, em entrevista ao Fantástico, sobre a dose excessiva de anestesia que tomou e revelou que se sentiu fraca demais e que nos partos anteriores nunca havia passado por isso

Giovanni Quintella Bezerra ao ser preso.Créditos: DEAM-RJ/Divulgação
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A mulher que foi estuprada pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra durante o parto falou pela primeira vez neste domingo (14), em entrevista ao Fantástico, sobre os detalhes do dia do crime. Ao lado do marido, ela disse que o médico foi o primeiro a falar com ela e que ele foi atencioso.

Ela também comentou sobre a dose excessiva de anestesia que tomou e revelou que se sentiu fraca demais e que nos partos anteriores nunca havia passado por isso.

“Ele falou pra mim que ia falar tudo o que ele ia fazer e explicar todo o procedimento. Alguém falou: ‘ela teve uma hipoglicemia’. Eu fiquei várias horas em jejum. Antes da anestesia eu falei que estava me sentindo um pouco enjoada. Aí ele tirou minha máscara, eu tava com uma máscara de tecido. Aí ele me colocou no oxigênio. Acredito que seja só oxigênio, não sei. Eu lembro que ele falou pra mim que tava tudo bem, pra eu ficar tranquila que ele tava monitorando” disse.

Fraca demais

“Então eu me senti fraca, meus abraços apoiados lá. Eu sentia a minha mão um pouco sem força, assim. Nos meus partos anteriores eu nunca passei por isso. Fiquei preocupada, mas não achei que seria nada demais.”

Ela disse também: "em vez de eu sair pela porta da frente, com meu filho no colo, eu saí pelos fundos do hospital, escondida, com vergonha", diz a mulher.

“O diretor do hospital não deixou eu sair do hospital sem saber. Ela falou: ‘O anestesista abusou de você’. Imaginei tudo, menos que eu ia ouvir isso, que eu fui abusada”, lamentou.

Depois do parto

Depois do parto, ela disse lembrar de pouca coisa do que ocorreu. “Eu lembro que a gente tirou foto. Lembro só do bebê no colo dele. Daí já não lembro de mais nada.”

Depois que acordou, a sensação estranha persistia. “E naquele estado eu estava acordando sem entender como eu dormi”, afirmou. Ela contou também que o anestesista não estava mais ao seu lado. “Outra coisa bem desagradável: Eu percebi que tinha algo na minha boca. É... alguma coisa assim... um líquido meio gosmento, meio...  isso aí não é vômito, porque não tem gosto de vômito. E eu tentava cuspir, mas não conseguia. Porque quando eu disse que estava enjoada antes do parto, o anestesista colocou uma gaze do meu lado esquerdo. Se eu vomitasse teria aquilo ali, a gazes. Eu olhei e já não vi mais. Não tinha nada ali”, disse.

A gaze foi usada por Giovanni pra limpar o rosto da mulher depois do estupro, de acordo com a gravação. A gaze foi recolhida do lixo pela equipe de enfermagem e levada para a perícia como prova do crime, assim como os frascos de remédio usados na sedação.

O inquérito aponta que Giovanni Bezerra usou o anestésico sete vezes.

Giovanni Quintella Bezerra está preso preventivamente no Complexo de Bangu em cela individual, por ter curso superior e isolado dos outros detentos, por questão de segurança. Ele está impedido de exercer a medicina enquanto corre, em sigilo, a sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina.

Dois advogados desistiram do caso. A pedido dele, a defesa dele vai ser feita pela Defensoria Pública.

Com informações do Fantástico