O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) requisitou, na noite desta segunda-feira (18), um inquérito policial contra a Jovem Pan News pelo fato da emissora ter exibido a cena do estupro cometido pelo anestesista Giovanni Bezerra, no Rio de Janeiro, expondo a vítima, uma mulher que havia acabado de passar por uma cesariana.
Em reportagem veiculada no dia 12 de julho, a emissora exibiu a cena do estupro sem qualquer tipo de tarja ou desfoque, fazendo com que fosse possível ver claramente o rosto da mulher e o momento em que o médico coloca o pênis na boca dela.
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O inquérito contra a emissora foi requisitado pela promotora de Justiça Cláudia Porro, que acatou uma queixa-crime protocolada pelo coletivo de mulheres do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MTST), que realizou, no dia 13 de julho, um protesto em frente à sede Conselho Regional de Medicina (Cremesp), em São Paulo, e também um escracho na porta da emissora Jovem Pan News.
"Em troca de audiência, a Jovem Pan escolheu violentar ainda mais uma vítima de estupro. Fomos às ruas lutar para que nenhum outro veículo faça isso em busca de cliques. A Jovem Pan não pode sair em pune", afirma Ediane Maria, coordenadora do MTST.
O caso
De acordo com as investigações, o anestesista Giovanni Quintella Bezerra estuprou uma paciente enquanto ela estava dopada e passava por um parto cesárea no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, em São João Meriti, região localizada na Baixada Fluminense.
A investigação teve como ponto de partida denúncias da equipe de enfermagem da unidade hospitalar que filmaram o anestesista colocando o pênis na boca de uma paciente quando ele participava do parto dela.
A gravação, que foi entregue à polícia, foi realizada pelos colegas de trabalho do médico após surgir a desconfiança de que ele estava cometendo abuso sexual a paciente.
Os colegas de trabalho do médico começaram a desconfiar por causa da quantidade de anestésico que o profissional utilizava e pelos movimentos estranhos que ele realizava quando ficava com as pacientes isoladas.
A partir da desconfiança, a equipe de enfermagem resolveu colocar um celular na região em que a paciente fica isolada para filmar. Foi com isso que descobriram que o anestesista estuprava as mulheres que iam parir.
O médico foi preso pela delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti.