DEFINIÇÕES

Petroleiros e Petrobrás discutem Plano Estratégico da estatal

Diretores da FUP solicitaram informações sobre diversos temas e os representantes da empresa se comprometeram a responder na próxima reunião

Petroleiros fizeram reivindicações.Créditos: Agência Petrobrás/FUP
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As propostas para o planejamento estratégico da Petrobrás foram debatidas durante reunião, nesta terça (6), entre representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da área de Estratégia e Planejamento da empresa.

Eles integram o grupo de trabalho (GT) criado pela nova gestão da Petrobrás para tratar do tema. Na semana anterior, a Petrobrás divulgou comunicado, informando que o Conselho de Administração aprovou “a revisão dos elementos estratégicos para o Plano Estratégico 2024-2028 (PE 2024-28)”.

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Durante o encontro, diretores da FUP solicitaram à Petrobrás informações sobre diversos assuntos, entre eles investimentos da empresa por áreas e por estados da federação, investimentos em novas energias e em demais projetos a serem feitos diretamente pela companhia e em parcerias. Os representantes da estatal se comprometeram a trazer todas as informações na próxima reunião do GT, ainda sem data prevista.

Os petroleiros defenderam a retomada do papel social da Petrobrás e demonstraram preocupação com o “posicionamento de alguns gestores da empresa que insistem em focar apenas nos ativos rentáveis”, declarou Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

Entre as estratégias do PE 2024-28 anunciadas no comunicado da Petrobrás está, no item Exploração e Produção, “maximizar o valor do portfólio com foco em ativos rentáveis”.

“O propósito de uma empresa estatal é cumprir seu papel social, cuidar das desigualdades regionais, promover o conteúdo local, de modo a contribuir para o desenvolvimento do país, com geração de renda e emprego”, destacou Bacelar.

Ele afirmou, ainda, que, mesmo se alguns ativos não apresentarem elevados resultados financeiros, eles têm, em contrapartida, significativa importância regional, com impactos positivos para a vida dos trabalhadores e das comunidades.

No encontro, a FUP chamou a atenção para a demora da Petrobrás em unificar ações práticas, condizentes com as diretrizes do governo Lula (PT), voltadas para a reconstrução de uma nova empresa.

Os petroleiros entendem que o fim da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) e a paralisação de venda de ativos deram a partida nesse processo, mas é preciso acelerar a adoção de medidas de valorização dos trabalhadores e de ênfase na sustentabilidade, na transição energética justa.

Uma série de outras preocupações foi apontada pela FUP, ao questionar aos representantes da Petrobrás como ficará a política de pagamento de dividendos aos acionistas, qual será o comportamento do Conselho de Administração em relação à questão, e como seguirão as discussões sobre dívida financeira da empresa.

A FUP também quis saber se a empresa retornará à área de distribuição, se voltará a operar com embarcações próprias, como será sua atuação fora do país e quais serão os critérios para investimentos em Cultura.

Destaque para setor de fertilizantes e petroquímica

O setor de fertilizantes e petroquímica foi um dos destaques da reunião. Os petroleiros pediram informações sobre a esperada reabertura da fábrica de fertilizantes do Paraná. A Fafen-PR foi fechada em março de 2020, no governo de Jair Bolsonaro (PL). Cerca de mil empregados foram demitidos, entre próprios e terceirizados.

A unidade operava desde 1982 e era responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e 65% do agente redutor líquido automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas.

O coordenador geral da FUP destacou que a reabertura da Fafen-PR vai contribuir para diminuir a dependência brasileira de fertilizantes nitrogenados importados e está alinhada à reestruturação do setor de fertilizantes que garante a soberania alimentar do país.

Também foi um dos compromissos assumidos pelo presidente Lula, que assinou o decreto que institui o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), responsável pela estruturação e implementação do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).