Nesta quinta-feira (27) a Assembleia-geral Ordinária (AGO) dos acionistas da Petrobrás aprovou uma nova estrutura organizacional da estatal e elegeu os integrantes do Conselho de Administração (CA). A decisão, que veio após o governo Lula completar 100 dias, era aguardada pelos petroleiros e foi muito comemorada.
“Com a eleição de novos integrantes do conselho de administração, o governo Lula completa a troca de comando da Petrobrás, iniciando assim, efetivamente, uma nova gestão na maior empresa do país. Finalmente, teremos, a partir de maio, uma nova alta administração na Petrobrás, com mudanças na estrutura organizacional e na política da empresa, com novo planejamento estratégico, voltado para as necessidades de desenvolvimento do país e interesses do povo brasileiro”, comemorou Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
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Em seguida, Bacelar manifestou apoio ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, que, “com equilíbrio, vem buscando construir consenso e negociações internas para viabilizar a gestão da empresa”. Também destacou a aprovação, para o CA, de Bruno Moretti e Sergio Machado Rezende.
Entre as mudanças na estrutura organizacional da estatal, foi criada a diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade, que terá Maurício Tolmasquim à cabeça. Dentro desse novo órgão interno estarão as gerências executivas de Gás e Energia e de Mudanças Climáticas e Descarbonização.
As novas instâncias finalmente colocam a Petrobrás no século XXI, em termos de debates a respeito do futuro da indústria petroleira que vêm sendo feitos ao redor do planeta. No mundo inteiro se discute a urgência de uma transição energética que prevê, invariavelmente, um decrescimento na utilização de combustíveis fósseis.
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Outro ponto comemorado após a AGO foi a rejeição da proposta de reajustar em 43% a remuneração fixa dos gestores da empresa.
“A proposta disparatada havia sido aprovada, em março último, por alguns membros do antigo Conselho de Administração (CA) da companhia, visando maiores ganhos pessoais, e que não permanecerão na atual gestão da Petrobrás”, criticou o dirigente da FUP. Ele lembrou que tal sugestão de reajuste foi deliberada diretamente no âmbito do CA, sem passagem prévia pela diretoria executiva da empresa, comandada por Prates. No final das contas, nesta quinta, foi aprovado um reajuste de 9% para a diretoria da estatal e de 13,65% para os demais trabalhadores.
"Interessante que os votos a favor desse aumento absurdo tenham vindo de pessoas que estão no final de seu mandato. Parece que pretendiam prejudicar a imagem do Prates, que assumiu há 2 meses a presidência da Petrobrás", diz Bacelar.