A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos realizaram, na manhã desta sexta-feira (24), uma paralisação nacional, com atraso na entrada do expediente e assembleias para aprovar o estado de greve.
O ato teve como objetivo firmar posição contrária à privatização da Petrobrás e à permanência de gerentes na empresa alinhados ao governo de Jair Bolsonaro (PL), o que, segundo a entidade, contraria o projeto eleito nas urnas. Em todas as assembleias realizadas até agora, a categoria vem aprovando a pauta.
Te podría interesar
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://bit.ly/doc8dejaneiro e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
A decisão da diretoria executiva da Petrobrás, publicada em 17 de março, prevê prosseguir com os processos que já tiveram os contratos de venda assinados, ignorando ofício do Ministério de Minas e Energia (MME), que pediu sua suspensão à Petrobrás, por 90 dias, para análise e reavaliação.
As unidades em negociação são os Polos Norte Capixaba, Golfinho e Camarupim (ES), Pescada e Potiguar (RN) e a Lubnor (CE). A diretoria jogou a decisão para o Conselho de Administração (CA) da empresa, que ainda não se manifestou.
Representantes da FUP estiveram, nesta quinta-feira (23), em Brasília, conversando com Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
A entidade solicitou que o governo federal volte a cobrar, via Ministério de Minas e Energia, os conselheiros que representam a União no CA, para que eles votem pela suspensão das privatizações.
A FUP defende, desde o final de 2022, a revisão do acordo de venda de ativos firmado entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobrás, em junho de 2019.
“O acordo com o Cade é prejudicial e contrário à política de refino do programa do setor de óleo e gás do governo Lula, que sinaliza a necessidade de ocupar mais o mercado brasileiro, o sexto maior mercado consumidor do mundo”, declarou Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
O sindicalista lembrou que o setor energético é estratégico para o país, pois afeta diretamente as condições de vida da população e é fundamental para a economia nacional.
“O petróleo e o gás, além da importância na geração de energia, têm outro aspecto essencial que é gerar uma renda extraordinária, a qual poderia ser utilizada pelo Estado brasileiro para investir em educação, ciência e tecnologia”, acrescentou Bacelar.
“A pauta que foi eleita nas urnas é outra”, diz coordenador do Sindipetro-NF
Tezeu Bezerra, coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), também participou da paralisação.
“Hoje, junto com o ato nacional, é mais um dia de luta, dia nacional de paralisação. A gente não aceita que a gestão bolsonarista continue querendo seguir sua pauta na Petrobrás. A pauta que foi eleita nas urnas é outra. É a pauta que dá direito aos trabalhadores, que reconhece que não tem que ter mais privatização, que defende uma Petrobrás forte, pujante”, destacou o dirigente.
“A gente já cansou dessa gestão, que continua querendo oprimir o trabalhador e entregar a Petrobrás a preço de banana para os acionistas e para empresas privadas”, destacou Tezeu.
As assembleias prosseguem até o dia 7 de abril para que os profissionais que trabalham em turnos de revezamento, em prédios administrativos ou embarcados e em regimes especiais possam votar.