Igor Coelho, o famoso Igor 3K, criador do Flow Podcast, detonou seu ex-sócio Monark e o ex-coach Pablo Marçal, que foi candidato à Prefeitura de São Paulo em 2024, durante sua participação no Alt Tabet do Canal UOL, apresentado por Antonio Tebet. A entrevista teve um tom direto, sincero e sem rodeios, onde Igor falou sobre tudo: desde o comportamento de Monark até a falta de confiança em Marçal.
Monark: "Burro", mas responsável pelo Flow
Falando sobre sua relação com Monark, Igor concordou com a avaliação de Tebet de que o ex-sócio é “burro”. "Sim, ele tem um jeito muito particular de enxergar o mundo", explicou Igor, destacando que Monark frequentemente solta suas ideias nas redes sociais sem pensar nas consequências de seus atos.
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"Acho que sim, ele é burro. Ele vê as coisas de uma maneira muito peculiar. Deveria ser mais cuidadoso, esclarecer melhor o que pensa, ao invés de simplesmente 'soltar' algo e deixar todo mundo se digladiando", completou.
Igor e Monark se conheceram em 2016 e rapidamente desenvolveram uma amizade. Juntos, fundaram o Flow Podcast em 2018, criando um dos maiores programas do Brasil. Igor reconheceu o papel de Monark na construção do Flow: "O Flow só existe porque a gente se encontrou no meio do caminho."
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A fala de Monark sobre o nazismo
A amizade e sociedade entre Igor e Monark chegou ao fim após a polêmica fala de Monark sobre a criação de um partido nazista. Igor revelou que sua vida "acabou por um período" depois disso.
"No dia seguinte, eu não tinha mais nada, todos os parceiros que tínhamos foram embora. Perdemos muito dinheiro, perdemos a monetização de sete canais, isso atrapalhou minha vida profundamente", contou.
Embora tenha rompido imediatamente a sociedade com Monark, Igor destacou que o estrago à sua reputação foi irreparável.
"O Monark saiu do Flow no dia seguinte, fizemos o que podíamos, mas a reputação do meu programa foi para o chão. Trabalhei o ano inteiro tentando recuperar, mas não foi barato", explicou.
Igor ainda sofre com as consequências daquela fala.
"Foi uma reação exagerada, porque até hoje ainda falo sobre isso. O que preciso fazer para provar que não sou nazista? É complicado ficar se defendendo, dizendo para os outros que não sou nazista. Não concordo com o que ele fala, não endosso as falas dele", enfatizou.
Falta de confiança em Pablo Marçal
Outro ponto polêmico da entrevista foi a recusa de Igor em ter o empresário Pablo Marçal como convidado no Flow. Igor revelou que já tinha uma impressão negativa de Marçal antes de sua participação no podcast.
"Não é muito comum entrevistar alguém que eu não quero, minha vontade ali prevalece. Tem uns caras que eu não queria fazer muito, mas o que eu realmente não queria fazer é o Pablo Marçal. Ele [só] foi lá porque era o terceiro na corrida para prefeito de São Paulo", explicou Igor.
Ele justificou sua aversão a Marçal afirmando que o considera desonesto, e após a gravação do programa, reforçou sua impressão de que Marçal poderia ser "mau caráter ou maluco".
"Minha impressão sobre ele após o programa é de que ele é mau caráter ou maluco", concluiu Igor.
Quem é Igor 3k
Igor Coelho, mais conhecido como Igor 3K, apelido que faz referência ao nome de usuário utilizado por ele nas redes sociais, é um dos criadores do Flow Podcast, um dos maiores e mais influentes programas de podcast do Brasil. Nascido no Rio de Janeiro, Igor deu início à sua carreira no mundo digital ao lado de Monark.
O Flow ficou famoso pelas entrevistas descontraídas com grandes nomes da política, cultura e entretenimento, além das discussões sobre temas variados. Após a separação de Monark, Igor seguiu sua carreira solo no universo dos podcasts, mantendo a popularidade e a relevância de seu projeto.
Relembre a fala absurda de Monark
Em 7 de fevereiro de 2022, Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, causou grande controvérsia ao fazer uma polêmica declaração durante o Flow Podcast, programa que coapresentava com Igor 3K. Durante uma entrevista com os deputados federais Kim Kataguiri (PODE-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP), Monark afirmou que "o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", defendendo a legalização de um partido nazista no Brasil.
A fala gerou uma repercussão negativa imediata. Empresas como Amazon, Insider Store e Flash Benefícios encerraram contratos com o Flow Podcast, e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ) rescindiu o contrato de transmissão do Campeonato Carioca. Além disso, Monark foi desligado dos Estúdios Flow e o episódio 545, que continha a declaração, foi retirado do ar.
Monark tentou se retratar, alegando que estava sob efeito de álcool e que sua fala foi "muito burra" e "insensível". No entanto, entidades como a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e a Federação Israelita de São Paulo (FISESP) repudiaram a declaração, e o Ministério Público de São Paulo iniciou uma investigação por apologia ao nazismo.
Em março de 2024, o Ministério Público de São Paulo moveu uma ação civil pública contra Monark, requerendo uma indenização de R$ 4 milhões por danos causados pela defesa de um partido nazista. O episódio gerou um intenso debate sobre os limites da liberdade de expressão e as responsabilidades dos influenciadores digitais.
Monark, por sua vez, afirmou que sua intenção era defender a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garante ampla liberdade de expressão, mas reconheceu que se expressou de forma inadequada. A legislação estadunidense não vigora em território brasileiro.
Esse caso também trouxe à tona a questão da responsabilidade dos influenciadores na era das redes sociais e as consequências das falas públicas, especialmente quando se trata de temas sensíveis como o nazismo.
O caráter duvidoso de Pablo Marçal
Pablo Marçal, ex-coach, empresário e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, esteve envolvido em diversas polêmicas que impactaram sua imagem pública e justificam as duras críticas de Igor 3K, criador do Flow Podcast, que o classificou como "mau caráter ou maluco".
Em 2010, Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão por envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro de contas bancárias de idosos, sendo acusado de participar de uma quadrilha. Embora a pena tenha sido prescrita antes do trânsito em julgado, o episódio gerou questionamentos sobre o caráter do empresário, especialmente por sua atuação em um segmento considerado ético e responsável, como o coaching.
Em 2023, um funcionário da empresa de Marçal, a XGrow, morreu após sofrer uma parada cardíaca durante um dos desafios propostos pela empresa. O incidente gerou polêmica sobre as condições de trabalho oferecidas pela organização, além de questionamentos sobre a responsabilidade do empresário em situações de risco que envolvem sua equipe.
Marçal foi alvo de críticas após afirmar que tentou ressuscitar pessoas falecidas durante velórios, sendo amplamente acusado de charlatanismo. Além disso, fez declarações controversas sobre ter identificado panes em helicópteros antes dos pilotos, o que gerou dúvidas sobre a veracidade de suas palavras, sendo classificado por muitos como alguém que se utiliza de histórias inventadas para se promover.
Marçal também foi investigado pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro durante sua candidatura à presidência em 2022. A investigação teve início após o COAF relatar diversas operações suspeitas em suas contas bancárias, levantando hipóteses de lavagem de dinheiro.
O empresário enfrentou mais de 100 ações judiciais, com acusações que vão desde tentativa de homicídio e furto qualificado até crimes eleitorais. Em 2024, ele foi condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político e econômico, uso indevido de meios de comunicação e captação ilícita de votos na campanha para a Prefeitura de São Paulo, tornando-se inelegível por oito anos.
Além das questões legais e pessoais, Marçal se envolveu em polêmicas com entidades como a International Coaching Federation, que contestou sua atuação como coach, e com jornalistas, a quem ele acusou de perseguição e difamação. Seu comportamento agressivo e desrespeitoso, somado à ameaça de processar quem o chamasse de coach, contribuiu para o aumento da crítica pública.
Assista à entrevista