Uma briga na Justiça entre a Globo e um dos fundadores da renomada banda “Cidade Negra” promete se arrastar. Em um primeiro “round”, a emissora perdeu processo movido pelo músico Paulo Roberto da Rocha Gama, conhecido como Da Ghama. A Globo foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil. Porém, ainda cabe recurso.
O caso corre no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), de acordo com documentos obtidos pela coluna F5, na Folha e S.Paulo.
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O processo teve início em 2022. Tudo começou quando uma reportagem exibida no “Fantástico” e em seus veículos digitais exibiu acusações de Toni Garrido e Bino Farias, outros integrantes do “Cidade Negra”, contra Da Ghama.
Na reportagem, Da Ghama foi acusado de tentar subornar uma gravadora para receber benefícios nas escolhas de suas canções para trilhas de novelas de várias emissoras.
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Além disso, a reportagem disse que Da Ghama afirmava que Bino Farias e Toni Garrido, coautores das músicas, publicavam as composições como se fossem somente dos dois.
Depois disso, Da Ghama processou, além da Globo, seus antigos companheiros de banda, Toni e Bino. Ambos os músicos declararam que não tinham envolvimento nas acusações e que a responsabilidade era somente da Globo, que publicou a informação.
O caso foi analisado pelo juiz Rafael Vieira Patara, da 3ª Vara Cível do TJ-SP. Ele concluiu que Bino e Toni são inocentes. Entretanto, o magistrado afirmou que a Globo constrangeu Da Ghama ao publicar informações sem a devida comprovação das acusações.
“A empresa não agiu com a devida cautela, ofendendo a honra do autor, pois veiculou reportagem sem a devida comprovação da veracidade da informação noticiada, agindo negligentemente”, apontou a decisão.
Sendo assim, o juiz determinou que a Globo pague indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil. Também mandou que a emissora retirasse a reportagem do ar em plataformas digitais. A Globo já recorreu e afirmou que não comenta casos jurídicos.
Trajetória
Da Ghama foi um dos fundadores do “Cidade Negra” em 1986. Ele deixou a banda em 2008, depois de divergências com os outros integrantes, principalmente o vocalista Toni Garrido.
O músico tentou, inclusive, registrar a marca “Cidade Negra”, em fevereiro de 2019, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
Porém, a solicitação foi negada, pois a marca já tinha sido concedida a Toni Garrido.
Depois disso, Da Ghama fundou o projeto Originais Cidade junto com ex-integrantes do “Cidade Negra”: o vocalista original Ras Bernardo e o baterista Lazão.
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